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domingo, 13 de novembro de 2022

MAS,NÃO TENHO MUNDO

 


Ausente o caminho.
Imundo o destino. 
Moribundo o presente. 
Sem estar, continuo nesta terra dos sonhos embusteiros, dos cumprimentos sem afecto, 
das preocupações ocasionais
assassinas das probabilidades decentes.
Saudade é uma veia que não irá deixar 
o meu sangue. 
Não tenho mar para te descobrir.
Não tenho jeito de chorar na triste 
lembrança que adormece no baloiço do vento.
Gosto do longe que muitas vezes me alcança. Adoro molestar, esperar antes do tempo o enganar do despertador, enojar o tique taque, enfim flutuar num breve incêndio para o caminho ardiloso da overdose do desespero.
Claro que sim!
Tenho um druida que recheia a resistência deste fígado, tenho um relógio apaixonado 
(bajulador inveterado) que oferece primaveras às rosas do conforto. 
Tenho um cambalear defeituoso, 
que mesmo assim não deixará de entregar 
os momentos escritos com sorrisos 
de abandono
Tenho um caminho, 
qual companheiro imprescindível 
que retarda a pressa do inevitável.


,2022Nov_aNTÓNIODEmIRANDA


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