Inútil desenhar sonhos pintar sorrisos e evitar olhares.
Lembro-me de tudo o que quero e logo desejo que a memória não fosse senão uma vaga ideia. Olho-me e revejo tempo passado em obrigações fúteis que preenchem o vazio que sou. Não sei remar nesta maré e odeio a teimosia deste barco que me leva sempre ao mesmo ancoradouro. Derroto-me com sabores de vitórias e abusivamente optimista, espero. Aguardo dias diferentes emoldurados com flashes de recordações. Fujo. Despeço-me sem partir, chego sem nunca estar presente. Jogo o mesmo jogo num projecto de vida que não passa dum casino (e aviso que o meu cu não é uma slot machine). Sou violado observado controlado analisado etiquetado limitado.
LENTAMENTE
Como se o vento fosse meu amigo, escondo-me em sorrisos de circunstância.
Caminho ao acaso no meio de gente ausente.
Solitário, na paz do jardim das árvores brancas, decoro epitáfios e sorrio lágrimas solidárias às flores de plástico.
Pele & ossos!
Uma mão cheia de tudo a outra cheia de nada. (esta imagem não me é estranha).
Tu, tu que sabes tudo da tristeza do mar,
Tu
Tu que sabes tudo do exílio e dos seus sabores, ajuda-me a encontrar o caminho da amizade verdadeira.
Fecho este lugar sem portas, abraço o cheiro das suas ausências beijo memórias e guardo, guardo secretamente lágrimas de
RAIVA
Perdido nestes passos sem volta,
adio a viagem desejada. Atento á traição das palavras, alheio-me frequentemente do seu significado.
Finjo que ouço mas não esqueço.
Então, acontecem as memórias
que se estendem pelo mar da desilusão.
O OCEANO NÃO CHEGA PARA ME AFOGAR!
Respiro naturalmente o meu próprio nojo.
Sorrio risos cúmplices e cansados
com hálitos de tabaco e álcool.
Hesito sem convicção e não resisto.
Agarro a vontade, pego na caneta
e ritmo palavras ao som do blues
proveniente do teclado.
COMO SE FOSSE POETA...
95.AGO.08,aNTÓNIODEmIRANDA
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