Eu sei que cada vez é mais tarde para
celebrar as relíquias da memória.
Tudo o que costumava haver são agora sombras fugidias, tão mentirosas como os sorrisos que lhes ofereço.
Visto o roupão das trapaças, aprumo a gravata do perfume vaidoso, e, sentado na poltrona dos sonhos queimados,
miro desconfiado
a agenda dos compromissos falhados.
Tento matar a batota do tempo.
Empenhei o relógio no hospital dos ventríloquos e com os ponteiros que ficaram,
tentei fazer a última salada dos prazeres.
,2022Mar_aNTÓNIODEmIRANDA
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