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quarta-feira, 7 de junho de 2023

APETECE-ME UM BOURBON NUM COPO DE VELUDO

 


Arremesso  o cacho de suspiros
para a festa do sangramento.
Almejo a ocasião para detonar
ondas de júbilo  na viela escondida
esperando o tempo para amassar o tropeção.
Está manchado o último apelo 
pintado pelo spray da indiferença.
Salto neste elástico a pressa de te ver.
Gritaste qualquer coisa mas eu não ouvi. 
Voltamos as costas para o retrato 
sem as faces das madrugadas coloridas.
Deixar murchar e morrer o desagrado 
e desabar cocktails de almas violentadas 
reunidas para a última reparação.
Lágrimas de peras elegantes 
seguram poemas que insultam 
qualquer toxicidade aguda 
e depositam na caixa das esmolas 
chibatadas com as maiores felicitações.
Há aquele olhar azul parcialmente adormecido 
para não incomodar o ensaio do sol a afundar-se.
Escondidos no arvoredo traços abandonados 
espreguiçam-se nas paixões  reprimidas.

Apetece-me um bourbon num copo de veludo.


,2019_ jan_aNTÓNIODEmIRANDA

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