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sábado, 3 de junho de 2023

BARBIE, PLEASE DON`T VÁS

 Já não tenho idade para conservar desilusões, 
diz-me o vento, que corre a meu lado, 
nestas noites iluminadas pelo fim que me absolverá. 
A história é uma maleita jamais curada. 
Há sempre algo a arder dentro de mim, 
neste mal molhado. 
Os sinos abandonaram a terra, e, os anjos descontentes, cantam hip-hop no albergue das estrelas tristes. 
Dizem em uníssono, 
que o céu pode esperar, 
mesmo sabendo que é a verdade mais mentirosa.
Os saldos da meia estação 
oferecem bónus comprados a prestações.
Não acredites nos beijos que escrevo.
Acordo com o teu olhar que lembra 
o calor que trocamos.
Enquanto eu imaginava, 
tu adormecias cansada de tantos verbos congelados. Fizemos do desejo um passado sem futuro, 
uma nódoa que queimamos, 
quando queremos que a memória deixe de nos magoar. 
Há quem jure que amar é um passatempo inútil. 
Nada nos sobra, 
e, 
o resto confere isso mesmo


Melides, 2019jul_aNTÓNIODEmIRANDA


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