Cansei de não ser ninguém
De pensar que a lembrança nunca morreria
mas o corpo moído de recordar
os dias que têm o tempo mais curto
entregava horas perfumadas
com venenos ávidos de saborearem a desilusão
É triste este relicário obsceno
onde guardo cumplicidades sedutoras
onde guardo cumplicidades sedutoras
Relógios atrapalhados,
reclamam nos meus braços
um porvir não traiçoeiro
Se calhar haverá um sentido nesta fuga
que não se farta de perseguir
a saudade que não me abandona
que não se farta de perseguir
a saudade que não me abandona
Sou eu, sem mundo para caminhar
acariciando memórias tão inúteis
como a lisonja que me oferecem
acariciando memórias tão inúteis
como a lisonja que me oferecem
A esperança foi para longe
resta-me contar lágrimas
resta-me contar lágrimas
Cai a noite
Os últimos passos não chegam à estação
O presente foge demasiado apressado
numa doida correria
como se eu dele quisesse furtar os sorrisos
que até então me entregavam paraísos
adormecidos em camas de lençóis esperançados
em todas as possibilidades
das manhãs prometedoras
das manhãs prometedoras
,2022Abr_aNTÓNIODEmIRANDA
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