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sábado, 10 de junho de 2023

AGORA NESTE VULCÃO DE LÁGRIMAS


Escrevo-te nas costas meu anjo caído 
embora não saiba como fugir 
das asas que me mostras.

Riscaste o caminho da ausência prometida 
e no sonho que me deves 
está escrito a infância que roubaste.

Vozes contam palavras escritas 
na parede dos soluços pintados.

Era tão alegre o amor antes do verbo 
sem o tempo incondicional.

Lavo os olhos agora 
neste vulcão de lágrimas sufocadas 
pela pior das ausências.

Diz-me a pele da tua almofada 
que não teria de ser assim.





2018Ago_aNTÓNIODEmIRANDA


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