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quinta-feira, 11 de abril de 2024

LÁGRIMAS MOVEDIÇAS

 Não me respeitam. 
Roubam-me o nome 
e dão-me um número 
como se fosse a chave do euro milhões. 
Escorro a seca da vida num rio de lágrimas movediças só para afundar as minhas ilusões. 
Rio que me envergonha 
onde desliza a peçonha 
daquilo com que me faço.
A vontade só acontecida em fotografia
revelada no ácido da tina 
onde arde a sina 
da possibilidade admitida sem a minha permissão.
Mas eu não me encontro 
e dói-me tanto o achar-me 
às escondidas da esquina.
Elevo agora, 
(e isto sou eu a fingir), 
imbecilidades pisadas a papel químico.
Nada sei daquilo que de mim pensam, 
diria respeito.
Longe vai a lua
realizando uma manhã, 
certamente com as habituais palavras nos noticiários.
Continuo a mijar em retretes 
onde estão escritos convites 
sem a menor convicção.


,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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