“St. James Infirmary”
escorria pelos copos de cerveja,
temperando o suor da banda.
ARMSTRONG piscava-me o olho,
e, eu, de pé em cima da mesa,
mostrava orgulhoso a minha camisa
de veludo vermelha,
comprada no “marché aux puces”.
Como era bonita a minha bandeira!
O jazz só acaba com o acontecer
da manhã, e depois,
cansado, vai dormir com o sol.
PARKER, o pássaro, voa em todas as caves,
e MILES chora abraçado á sua trompete.
Não são necessárias palavras
para se ouvirem os grandes poemas.
E lá fora, PIAFF continua a prender-me
nos seus abraços.
E BREL escreveu nuvens no céu
onde se podia ler,
“Ne me quitte pas”.
Vou entregar todos os meus beijos
a quem encontrar no “Bois de Boulogne”,
numa valsa com todos os compassos.
E eu sei que a solidão,
ás vezes não existe.
2006dez28_aNTÓNIODEmIRANDA
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