De cada vez que me lembro de voltar de mim,
há abraços perdidos neste tempo
às vezes desconfiado.
Junto todos os restos
num monte desenfreado
onde transbordam sabores enfeitados
que enrolam estas memórias.
Nestas linhas inclinadas
desce uma sombra conselheira
para os maus bocados vividos
em tons de prazer.
Encosto-me a folhas caídas
no doce odor desta erva que
perfuma o meu olhar.
Amasso os passos que me fogem,
arredo as cortinas da janela
com vistas para outras coisas,
e beijo a alma da ausência
com lábios carnosos.
Continuo a desconfiar desta conta
que me confere sempre
um saldo miserável.
,2017,abr_.aNTÓNIODEmIRANDA
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