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sexta-feira, 17 de novembro de 2023

DÊEM-ME UMA GARRAFA DE BOURBON!

 


O nojo permanece intacto, o desgosto 
indomável, depois solta-se o uivo da 
partida adoçando a sela do cavalo doido.

À procura de mim naqueles dias com horas enganadoras. Como se o longe corresse para o mundo dos lugares embrulhados nas expectativas desleais. Sem palavras esta conversa. Fere. Arrasta. Complica. É sempre gratificante comunicar com a ausência de respostas, embora conheça a onerosidade do tempo. A inevitável e subtil aspereza das perguntas gravadas nas nossas tumbas. Possivelmente não estarei ao nível da mais simples exigência. Estas vidas de sonhos desavindos, sabores de memória salgados, escrevem nas portas da glória a crónica da morte anunciada. O céu e a sua estimada distracção nada sabem deste perfume. Eu, aqui sentado na cadeia das lembranças, observo o obsceno voo dos abraços angustiados. A consolação dorme no forno da requentada ilusão.
Tudo o que gostei foi em vão. 
Nunca comprarei esta mentira!

Alguma verdade [que de mim nunca 
saberei] poderá adormecer no vazio copo 
dos prazeres não consumados. 
A incoerência restante 
comprovará a mentira que gostareis de 
aplaudir.



,2023Nov9_aNTÓNIODEmIRANDA

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