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quarta-feira, 1 de novembro de 2023

DENTRO DO MEU TEMPO

 

Há um sangue de côdeas,

e a réstia da esperança

escondida na almofada dos

pesadelos.

Uma conta com saldo duvidoso,

um punhal que estripa migalhas,

um aceno sem fim - 

para aquilo que  teima em não desaparecer.

Há uma glória de origem falsificada, 

um quebra-horas abandonado, 

um cubículo semeado de estrelas 

que nunca acontecem.

Dentro do meu tempo,

fico indeciso no agitar da bandeira 

que me ignora.

Dentro do meu tempo,

cabem os restos do nada

com que me

multipliquei.

Dentro do meu tempo,

há um catavento que singra

gotas de desespero.


2019out_aNTÓNIODEmIRANDA

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