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sábado, 1 de abril de 2023

A INCONTORNÁVEL BELEZA DE ME PERDER

 


Não assino desculpas para este encostar do tempo que abandona solidões nas costas. 
Ousei mandar a esperança escondida nas garrafas que esvaziei. 
Esperei, nas mais tristes madrugadas, um sinal, mesmo sem sentido, que confortasse a mais doída das despedidas. 
Tudo foi apunhalado, neste desgosto escrito no novelo mentiroso. 
Caminho no deserto das ideias válidas, carimbando mágoas bordadas a ponto-cruz. 
Limpo o desejo a guardanapos tão gastos como as minhas sujas recordações. 
Vou fugindo, não tão rápido como desejo, da sombra que pinta desgostos.
Um destes dias, terei de aprender a voar.
Preciso urgentemente de assassinar o encanto da lua
.




,2020Mar_aNTÓNIODEmIRANDA


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