Já não há ponte para o
resto do caminho e nota - se claramente a angústia no voo dos
pássaros.
Ao acaso, porquê sempre
ao acaso, caminho anonimamente com a responsabilidade limitada, que
me empurra célere para a frequência imoderada de ritmos hilariantes
causados por gases sem graça alguma?
Rasgo cometas da sorte na
palma da mão e a chuva que acontece não me traz qualquer estrela.
Então divago ausências fingidas e rio para mim próprio numa maré
cheia de vazio condicionado.
O OCEANO NÃO CHEGA PARA
ME AFUNDAR?
Eu não passo dum
náufrago de banda desenhada.
Vendo - me facilmente em
fascículos com 24 horas de página. Comestível como um hambúrguer sou devorado com doses excessivas de ketchup. Quando acabarei a
subida desta montanha conspurcada de vícios? Sei, que impaciente. o
voo da águia aguarda o que me resta da coragem. Que planos eu tenho
para surpreender o optimismo com raids surpresa de angústias. Corro
para o nada levando sempre a pressa que retarda a vontade.
QUE ESTRADA É ESTA QUE
ESTÁ SEMPRE A ENGANAR - ME COM ILUSÕES FALSAS DE PRAZERES
INATINGÍVEIS?
Restam- me os lamentos
sussurrantes das vielas da agonia.
O dia morre lentamente
despedindo - se do sol com frágeis sorrisos dourados. Chegam as
sombras, estas sombras que não param de acariciar - me com beijos
maliciosos e abraços enganadores. Fatídico não é o destino, mas a
ambiguidade dos caminhos.
Não me digam nada !
Não quero ver ninguém
feliz perto de mim. Metem -me nojo os sorrisos e enraiveço
facilmente com os projectos que teimam ainda em preencher o meu
pensamento. Basta ! Quero fixar definitivamente o meu olhar no nada
que desenho na minha solidão. Esvaneço, não sei qual a maneira,
neste rascunho mais que rasurado que constitui a minha talvez coragem
de tentar.
ESTOU FARTO DOS
DIAGNÓSTICOS.
Mesmo daqueles com 90% de possibilidades de certeza
absoluta.
Habitualmente cumprimento
o meu ego, que covardemente nunca me dá a angústia pretendida.
Escondo - me num coral de mágoas e
O OCEANO NÃO CHEGA PARA
ME AFUNDAR.
Consumo - me numa sociedade que não faz senão gastar - me inutilmente em bebedeiras de espectáculo. envelheço em cascos viciados em merda. Mostram -me oásis e proíbem - me qualquer tentativa de liberdade. Inventaram as pousadas da felicidade mas elas só existem num catálogo sempre disposto a causar - me inveja.
Não sei para que escrevo
isto, talvez porque estou farto desta caneta ou ainda penso que tenho
uma letra bonita para enforcar passarinhos.
A identidade não passa
duma mentira, mas, mais enganador é o seu cartão.
aNTÓNIODEmIRANDA
Sem comentários:
Enviar um comentário