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quarta-feira, 1 de maio de 2024

CREPÚSCULO INEVITÁVEL

 


Guardas o silêncio deste nome 
descarnado na lâmina que pune a 
ferida da hora quebrada.

Está frio
e cada vez mais vazio
o sonho antigo.

Envelhecemos acidamente de mãos 
enrugadas sempre à espera do 
guarda-jóias da esperança tardia.

E no meio do solo do Coltrane que 
nos abraça apertamos memórias escondidas 
na algibeira.

O resto
que de nós se vai afastando
permanecerá intacto.

Celebramos o contrário dos dias para 
que a velhice não nos cace antes do 
crepúsculo inevitável.






,2019_ jan_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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