ACTO1
No intervalo do ápice saltita a vírgula apressada que perante a ausência do aplauso
faz uma pausa agradecida ensaiando vénias fora de uso. O público humedecido sai pela porta do fundo levando escondida a récita que o emudeceu. Nada disto constava no cartaz
nem tal foi aflorado na conferência de imprensa. A crítica sabiamente enaltece a falta de interesse abundantemente manifestada.
No teatro vazio, fantasmas nostálgicos
brincam com as mais loucas coreografias.
No palco dos sonhos baratas julgadas tontas
podem agora jogar ao berlinde.
ACTO2
Acordou a máscara.
Pendurou a maquilhagem.
Farto de ser ele próprio vestiu a personagem para que tudo voltasse ao princípio.
Aliviado cortou a cena em pequenos actos e cozinhou com todo o amor a sopa dos pobres.
ACTO3
3 pancadas atingiram a sua fé!
Nunca mais voltou a ser o mesmo.
ACTO FINAL
Correu-se o pano que foi dobrado em mil mortalhas.
Congelou os soluços que escorriam pelos pulsos.
,2017,mai_.aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com
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