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sexta-feira, 3 de maio de 2024

KORES

 


Porra! 
Não é fácil aturar-me nos dias difíceis.
Agarro no livro errado, sento-me na guitarra e toco diferente. A cabeça anda num corrupio demasiado apressado para a velocidade permitida pela minha pretensa imaginação. Gasto os calos a tentar acompanhar a sobriedade que me escorre dos dedos. Há perfumes com fragâncias espontâneas feitas por mim. Que exagero! Nem consigo descrever o seu cheiro. O que me vale é o pensamento que me entrega a ideia que me faz falta. E assim conto segredos às teclas da máquina de escrever, ela mesmo, uma exemplar confidente que se recusa a ocupar a velha folha A4 que pacientemente continua à espera.
Porque ela sabe que os momentos de reflexão são angústias que mancham uma fita mais que mentirosa.





2016,09aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com




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