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sábado, 29 de julho de 2023

QUANDO DIZES QUE MINTO

 


Quando dizes que minto 
eu logo digo que não 
e se tu sabes o que sinto 
talvez tenhas razão

Agora que nos perdemos 
neste tempo desavindo 
foi tal coisa sem destino 
que da rosa ficou o espinho
no amor que nunca ardemos

Ambos sabemos do beijo 
da paixão desencontrada
tão velha como a ideia que não vivemos

Olhaste para mim no baile 
como quem quer fazer ciúme
fingi que não percebia o teu azedume 

Agora que somos sós 
num amparo enganoso 
lustrando a memória do não
do meu eu não mentiroso

Segues o teu caminho 
por uma porta 
que não conheço 
e eu agora sozinho 
para aquilo que mereço

Digo-te adeus desta janela 
que não vê o teu olhar 
sonho sempre com ela 
mas sei que não vai voltar


2017,ago_aNTÓNIODEmIRANDA 


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