Quando dizes que minto
eu logo digo que não
e se tu sabes o que sinto
talvez tenhas razão
eu logo digo que não
e se tu sabes o que sinto
talvez tenhas razão
Agora que nos perdemos
neste tempo desavindo
foi tal coisa sem destino
que da rosa ficou o espinho
no amor que nunca ardemos
Ambos sabemos do beijo
da paixão desencontrada
tão velha como a ideia que não vivemos
Olhaste para mim no baile
como quem quer fazer ciúme
fingi que não percebia o teu azedume
Agora que somos sós
num amparo enganoso
lustrando a memória do não
do meu eu não mentiroso
Segues o teu caminho
por uma porta
que não conheço
e eu agora sozinho
para aquilo que mereço
Digo-te adeus desta janela
que não vê o teu olhar
sonho sempre com ela
mas sei que não vai voltar
2017,ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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