Oh vida! É maior, é maior o desencanto.
Sou eu no canto, à procura daquela lágrima no centro das atenções, espalhando as cinzas da memória e o que resta da minha religião.
Falei demais, nunca disse o suficiente de cada sussurro, de cada hora do sonho, onde escorrem as minhas confissões. Havia ainda lágrimas douradas a sangue.
Era uma conjugação perfeita.
Os astros estavam distraídos.
Os poetas ausentes, os intelectuais encardidos.
Havia ainda os afro arrependidos, havia curiosos, havia mentirosos puxando o lustro aos sinais luminosos, havia tudo o que falta não fazia.
Todos os sentidos com tristeza e fome, havia tudo sobre a mesa, havia a perfídia do homem, havia ainda a loucura instalada servida em doses abundantes de salada.
Havia o resto e o nada.
Gumes afiados sangrando a cereja no topo do bolo,
havia todo o juízo para quem quisesse ser o mais tolo.
Havia eu e o meu nada.
Mas isso era apenas um sonho.
Isso foi apenas um sonho.
,2015aNTÓNIOdemIRANDA
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