Serei sempre umas reticências, um ponto de interrogação ladeado por um etc às vezes latido. Um aloquete mal aberto ou ferrolho enferrujado. Tímida descoberta desaguando num cais com todas as milhas da distância. Mera circunstância de marinheiro atrevido. Relógio sem pulso, mentindo o impulso do tempo em que me abuso, navegando alturas agarrado a uma corda digitalizada em formato de imagem desfocada, que não me respeita. Serei sempre aquilo que gostava de ser. Vontade presente, para um desejo sempre premente parindo uma razão apenas não válida, para um pretérito imperfeito onde nada mais poderá caber. Não gosto de meias medidas!
Serei sempre o meu mundo dentro de uma barca prenha de soluços encaminhados por um controlo remoto, tentando enganar o nevoeiro anunciado pelo ronronar dos faróis automatizados. Uma solitária prancha de surf, aproveita o momento para entregar poemas de amor a uma onda com destino desconhecido. Uma vela ingénua, anuncia contente uma passageira hipótese de poesia.
Na praça do costume, à hora habitual, estátuas supostamente interessadas, catam o tempo corrigindo a minha escrita não adequada. A cigana despenteia-me o olhar. Perdeu a vontade de me ler a sina. Caminho ao contrário.
Esta rota já não me convém...
O comandante sou eu!
Ainda não descobri o vento favorável.
2015dez11_3 ½ da manhã
aNTÓNIODEmIRANDA
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