Tenho uma carta que roubei do baralho.
É um joker batoteiro
com chapéu brejeiro
e olhos em bico,
só para me distrair.
Lancei a dama de copas
moça de experiência comprovada
nos balneários da instituição.
O matreiro disse que não.
Fiquei intrigado
e logo pensei que tinha algo fisgado
fora da minha decisão.
Mostrei-lhe a manilha
e ele disse que não.
Deixei-lhe uma mala
com pistola e bala
para ele pensar no assunto.
Sorri prazenteiro
foi um tiro certeiro.
E no velório
toda a gente me disse,
mesmo o mais querido parente:
que bonito defunto.
2017marçoaNTÓNIODEmIRANDA
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