para a noite que sempre acaba
olho-me num rio
e imagino-me barco sem cais
e se as ondas batessem em mim
ou se eu fosse areia sempre molhada
mesmo com sabor a sal ?
Não sei se estou cansado
ou ansiosamente procuro o cansaço
sorrio a mim próprio
mirando-me num espelho de uma só face
o outro lado sou eu
& a minha completa desilusão
Volto atrás ! caminho em frente
com a pressa traiçoeira do sabor vazio
TENTO SÓ O QUE QUERO
NEM SEQUER O POSSÍVEL.
Espero no desespero
o tempo do desalento
o desejo adiado. e consumo
cenários de mera conveniência
o tempo do desalento
o desejo adiado. e consumo
cenários de mera conveniência
& suicido-me em ficções
& morro as vezes que não quero
& desejo não desejar
& choro lágrimas anónimas
& estou bem onde não posso estar
& estou não sou fui sou
ausente de mim
96.abr.18,aNTÓNIODEmIRANDA
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