Magoa esta caneta, amparo de todos os choros, dos acordes sinuosos lambidos na dor da escala insensível.
O som chicoteia os assobios do vento
e fustiga a capa que pintava a indiferença.
Há agora o brilho vestido de lâminas
que oferecem acordes afáveis.
Teimam ainda em querer que repare
erros que não cometi.
Agora, sei que posso começar a estrangular todas as promessas hipócritas.
Quantos sonhos terei de atraiçoar
para matar a lisonja que me entregam?
Quantas mentiras terei ainda de vestir
para fingir que o chicote esfregado na vossa pele, também sangra na minha indignação?
Enganaram-se na conveniência do futuro que não me dizia respeito.
É sempre tarde para aceitar desculpas na feira dos soluços.
Continuo entristecido neste cocktail de esperas caducas.
,2022Jun_aNTÓNIODEmIRANDA
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