O último comboio vai rasgando o tempo da espera.
Temos um pacto lisonjeiro,
possivelmente a única testemunha da despedida.
Ambos sabemos que ninguém aparecerá para libertar a dor.
Vozes deitadas ao abandono,
grafitam na pele a réstia da inútil esperança.
Nenhum lugar para abrigar a fuga.
Um sorriso idiota aplaude o aconchego
da solidão desta coragem traída.
Onde andas?
Talvez desta vez,
finalmente não chegue o tempo de encontrar
o abraço que tinha escrito um nome
parecido com o nosso malogro.
A vida é o único lugar que não engana a morte.
O que farei de mim sem as nossas mentiras?
,2022Jun_aNTÓNIODEmIRANDA
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