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terça-feira, 4 de abril de 2023

UM TRÁFICO NAUSEANTE


Entre a vida e a morte, 
escolho o velho inverno que aquece a primavera.
Inocente como todos os anjos, 
esmago ânsias sem sentido,
no presente decadente.
Afligem-me sempre os princípios infectados
pela visão esfumada das visitas mal intencionadas.
Escrevo no vapor das tampas dos esgotos, 
a direcção da pousada do paraíso,
onde somos reféns 
da sorte no azar.
Roufenhos  sons de buzina,
anunciam como há vinte anos atrás, 
uma elegante aparição nas ruas 
da cidade abandonada.

Preparam 
"um tráfico nauseante"



,2020Mar_aNTÓNIODEmIRANDA


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