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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

PELE, PICHA & OSSOS e 1 PIRES COM CASCAS DE TREMOÇOS

 


Gandaia da vida. 
Nada de mim me inquieta, mesmo o desejo que vejo gravado na janela da memória. 
(há dias assim…) 
Nunca escrevi no futuro que me propuseram aquilo que realmente desejei. A adolescência foram anos de exílio. Conheci-me em muitos momentos como se tivesse acabado de morrer. Dormi no aconchego da ternura das estrelas enquanto o frio e o medo eram beijados pelo carinho por elas entregue. Jamais sonhei com jardins de flores arrependidas. Tentei sempre fugir da meiguice dos espinhos, ignorar os convites desleais, agir em conformidade e errar assiduamente em todas as conveniências. 
Sim! Tenho Saudades daqueles abraços que disfarçavam a impossibilidade da chegada do visitador das horas para anunciar os dias felizes.
Balada da sorte malvada. Alma traiçoeira, sempre a apontar-me o caminho de casa, mas o cansaço do fracasso cavalgando no polegar da autoestrada levou o feitiço para longe.
Garrafas / Vazios /Cigarro/ Alinhavar Pesadelos / Absolver Sonhos / Desorganizar Castigos. Sombras selvagens murmuram, com a bendita salvação, a subtileza no sentido contrário das vontades do tempo. A melancolia fala enquanto as grandes conversas acontecem na idade da solidão. Tantas luas procurei para pintar mas as lágrimas vendaram a intenção.
(As coisas que irei doer para mais tarde esfolar na lembrança requentada). 
Triste trovador aquecido no édredon de verrugas.
Pedradas no charco afundaram a jangada das opções.
Quando fico do lado que não consigo acontecer, esse é o território da penumbra, desenhado pela fantasia que nada quer oferecer ao destino achado no moribundo abandono, pedindo para fugir daquele que oferece o impostor perdão. Nunca te importaste com a mais pequena coisa que me fazia falta nem um simples abraço acenou da tua cabeça. Deixar-me seduzir por um doce final onde as estrelas continuam apaixonadas. Limiar da tristeza/ paixão da inutilidade/ linhas com que me cruzo na insónia feliz. Esquecimento/Indiferença/Manta de Presságios/Desvario. Nada nesta bebedeira me é estranho. E isso será sempre uma bênção que ditosamente não sei a quem devolver. Entretanto, e se a maré o permitir, aguardarei a chegada do alento não descontente. Tornar o desrespeitável verdadeiramente humano. 
Enxovalhar a Infelicidade/Subornar o Azar/Pecar confortavelmente na bolsa dos accionistas da moral vandalizada /Ideias maldosamente depenadas. Quero ir para onde não sou. Embarcar no golpe da ferida asa ao encontro do rasto da poesia. A verdade nua e crua & Assim Sendo... Assim o É.
O Desconsolo absoluto. Fere-me/castiga-me a necessidade que demasiadas pessoas têm de dar palco aos heróis da futilidade. Os verdadeiros habitantes do imbróglio de suspiros maquilhados.
(Que alguém vos proteja eu tenho outras rezas para impregnar).
Que atrevimento me entregas desta vez nesse chegar desassossegado?
Desconheço o sopro que escreve na janela, os abraços que o desprezo violou. Fogem pássaros enlaçados no seu cantar. 
Candeeiros de bebedeiras de amigáveis curtos circuitos patinam em suaves cachos de gratidão. Caminho por aí à procura da nuvem onde perdi o acervo. Mentiram quando disseram ser só pelo breve instante de uma traição. Não me falaram do lado selvagem onde permaneço refém. Haja alguém que rasgue a mentira do obituário.
Aqui estou a saltar. Nada para explicar nesta consolação a abarrotar de desculpas indecentes. Fé decantada, crença sem herança. Som magoado. Quantas ilusões rasguei nas cartas enviadas ao Entrudo. 






,2024Ago_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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