Escorre-me um suor inteiro com os cheiros de todas aquelas partidas onde dizia á minha mãe, até logo. No bornal o habitual pão escuro e a inevitável lata de atum, fiéis companheiros da minha boleia. Tinha na cabeça a bíblia sagrada dos viajantes solitários sem a falta de nenhum parágrafo. Longe esses tempos do mp4, mas a música que sempre me acompanhou também nunca sentiu essa ausência. Guardado pelo candeeiro da autoestrada via horizontes que abençoavam a contínua esperança de um qualquer assento. Às vezes tardava. Tardava em demasia e eu fingia que adormecia só para não ficar cansado. Nunca desisti da esperança embora muitas noites tivessem sido passadas com a solidão dos poetas descalços.
Estrela amiga,
aquela que tardava no deitar
só para ser a minha companhia.
,2017,abr_.aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com
Sem comentários:
Enviar um comentário