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domingo, 29 de setembro de 2024

O CÉU NO OLHAR

 


Tinhas o céu no olhar e um sorriso 
quase total, que reconheço, 
embrulhava todas as dúvidas.
Mas o tempo nem sempre corre 
para o lado certo, conforme 
está desenhado 
nos mapas.
O barco que apanhamos, 
muitas vezes 
é um furioso vilão, atrapalha 
as boas marés sem costa possível.
Fiquemos pela corda que nos aproxima 
e deixemos qualquer nó 
para outras hipóteses.
Riscamos na proa sem destino
e quilhamo-nos no leme
que dirige o nosso abandono.
Temos na mão uma bússola 
com varicela, 
um termómetro exaltado 
e a vontade pintados numa vela.
Atira-te ao fundo,
mas não magoes nunca o teu sentido.
Salva-te onde puderes.
Para isso,
foge daqui.



2017,jun_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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