Pesquisar neste blogue
terça-feira, 28 de junho de 2022
segunda-feira, 27 de junho de 2022
UM NOME SEM - MEMÓRIA
,2020Jun_aNTÓNIODEmIRANDA
domingo, 26 de junho de 2022
ESPERANÇAS DE ESPUMA
sábado, 25 de junho de 2022
COMPRIMIDO SURREALISTA
2016,03
aNTÓNIODEmIRANDA
BOLOR
,2016,05.aNTÓNIODEmIRANDA
Por falar de poesia... OS POEMAS BONITOS
Os poemas bonitos...
Nunca poderão ser escritos!
É esta a opinião
Do único poeta não mentiroso,
Que por acaso eu não conheço.
Os poemas de amor
nunca serão entendidos
E a maior parte deles
Morrem estendidos
Na corda da vida
Onde secamos a roupa.
Os outros
( E estou a falar de poemas )
Acontecem por mero acaso,
Quando os poetas
Teimosamente
Tentam ser outras coisas.
sexta-feira, 24 de junho de 2022
Sábias palavras! (do meu amigo António)!
O dinheiro ou a vida!
Fique com a vida, que o dinheiro faz-me falta!
PORQUE HOJE É 6ª FEIRA...
1º - As melhores expectativas que têm de mim, são aquelas que não me dizem respeito.
2º - O meu despertador não funciona : as minhas horas não confiam nele.
3º - Grau a grau, enche o termómetro o papo.
4º - Não adianta chorar sobre o leite condensado.
O pudim ficará de certeza molhado.
5º - As sardinhas enlatadas mostram sempre um ar incomodado.
6º - A cavalo dado, geralmente falta-lhe a cela.
7º - Não sou de tirar a camisa para oferecer.
O tempo está muito instável.
8º - Complicamos tanto a fidelidade, que ela agora não passa de uma companhia de seguros.
Qualquer apólice é uma certeza enganadora.
9º - A inteligência é uma relatividade sem teoria.
,2015_aNTÓNIODEmIRANDA
quinta-feira, 23 de junho de 2022
quarta-feira, 22 de junho de 2022
MISE-EN-SCÈNE
mas o filme não esperou por nós
o realizador fugiu para outro casting
A cadeira deslizou em câmara ardente
à procura do argumento
,2022Jun_aNTÓNIODEmIRANDA
FALANDO DE JAZZ
Isto é mesmo a sério!
A opinião dos “entendidos”,
que eu não entendo,
não me interessa absolutamente
NADA!
2019mai_aNTÓNIODEmIRANDA
MIDNIGHT HOUR
3 Tristes tigres
Sozinhas na mesa do bar
A hora enganadora...
Champanhe a fingir
Sorriso tingido de ausência
Olhares desesperadamente sós
Mostrando despudoradamente
Todas as necessidades
Lábios exibindo toda a urgência.
Falei sem conversar
Foram postas num passador
Todas as inutilidades propostas.
Às vezes pretendo ser simpático
Mas esta é uma utilidade
Com prazo não programado.
Conversas da meia noite
Tudo é possível
Sobretudo a circunstância da estupidez.
Resta a fotografia
Para mais tarde rasgar.
Então ela disse:
Tem um ar diferente.
Respondi com a convicção dormente:
Deve ser das pedras de gelo.
Não!
Olhou-me fixamente
Fingindo um olhar que não mente:
Aquele poema
Foi feito para mim.
Não me lembro de ter respondido
Mas pensei :
Gostaria de não o ter escrito.
terça-feira, 21 de junho de 2022
PRAÇA MARQUÊS DE POMBAL – PARAGEM DO AUTOCARRO 748
Sou um mártir desocupado esculpido em culpas inúteis, vagarosamente arrependidas neste concurso de sóis encardidos.
Carrego aos ombros uma misericórdia banal.
Dei 1 € a alguém que nunca tinha visto.
(Falou de um sem-abrigo, que depois de tantas horas a pedir, foi a primeira, a moeda que lhe entreguei).
Educadamente mencionou uma qualquer sabedoria.
Retorqui com a palavra respeito.
PRAÇA MARQUÊS DE POMBAL
– PARAGEM DO AUTOCARRO 748
Claro que olhamos um para o outro.
Mesmo assim, não aclaramos a distância.
Ela pegou num pequeno caderno e desenhou as ideias que a cabeça queria que pintasse.
Tentei, mas não consegui disfarçar a curiosidade.
A elegância do seu caminhar, (assim como um voo de pássaro ferido), esboçava o bailado do anjo da desolação que espalhava as mais tristes lágrimas de um qualquer desgosto.
Ali estava eu.
Perfume de merda aconchegado ao rosto, a puta da esperança matinal para o dia perfeito, as desculpas formatadas para o falhanço do costume. 126 m2 + garagem, contas do condomínio em dia, seguros atempadamente pagos, 74 camisas+32 pólos+8 fatos com gravatas a condizer + champô contra a caspa, sabonetes certificados.
Não quero falar das angústias auto conformistas.
Sei o nojo que sou, mas o pior é que domino a batota que o indulta.
PRAÇA MARQUÊS DE POMBAL
– PARAGEM DO AUTOCARRO 748
HORAS:16,52
Ela, por fim, olhou.
Desta vez a minha trapaça envergonhou – me.
Quando cheguei a casa,
reguei a consciência na máquina de ignorar silêncios
que já não conseguem chorar.
,2022Jun_aNTÓNIODEmIRANDA
DE NADA SOU CULPADO
,2021Jun_aNTÓNIODEmIRANDA
segunda-feira, 20 de junho de 2022
DEITADO NA PENEIRA DO TEMPO
NAQUELA TARDE EM HÁNOI
O napalm
Poisava tranquilamente.
Antecedia
O silêncio das noites
Sem o amanhã seguinte.
Naquele dia em My Lai
Uma mãe qualquer
Igual a todas as mães
Guardava ainda
Sem qualquer esperança
Cinco beijos
Para cinco irmãos.
O sitio de toda a vergonha
Consciências apodrecidas
Actualizavam as estatísticas
Devoradas ópiamente
Pela opinião pública.
2014.aNTÓNIODEmIRANDA
KIKO_WALKING MY DOG
Escreve-me!
Vou aprender a ler.
CANÇÃO DO AMOR QUE ESTÁ SEMPRE A PARTIR
Diz-me a paixão do amor,
que está sempre a partir.
2019ago_aNTÓNIODEmIRANDA
sábado, 18 de junho de 2022
BOULEVARD DA DESILUSÃO
Dei-te a veia
E logo tentaste provar o meu sangue
Mas não és a minha heroína
Acreditei só no que quis
Sangrei todos os nós
Desculpa
mas estas lágrimas não são para ti
Irão molhar o céu
Provavelmente misturadas com outras
De diferentes cores
Provavelmente dirão
Que deus está a chorar
2014.aNTÓNIODEmIRANDA
HINO Á ALIENAÇÃO
… Às armas
Às amas
Contra os canhões
Marchar !
Marchar !
&
Eles pegaram
Nas armas e marcharam
Matando
E morrendo
Ao longo de todos
Os anos.
.76 aNTÓNIODEmIRANDA
HAUTE COIFFURE
e a laca hemodinâmica não fazia efeito.
Dizia a madame com a touca enfiada:
desta vez quero uma coisa diferente:
madeixas a condizer com a minha imbecilidade:
dê-me um retoque nas rugas
não vão elas mostrar a minha idade
Garra afiada
manicura à la carte,
recostada,
ouviam-na com a suposta atenção,
enquanto lhe limavam os cascos
e aparavam a crina.
Riam-se surdamente:
Meu deus, que falta de gente.
AQUI, NÃO É LUGAR NENHUM
- Chega a noite, cansada do dia chorado, e aquele que dorme na pensão das estrelas, aconchega o resto no saco das angústias. Tem na cabeça um livro ressequido pelo tempo que ousou estar. Estende o olhar na passadeira dos anos, aguarda a canção que o embala, e pousa as mãos na forma da solidão habitual, como se aquilo que ainda o engana, fosse a mais santificada das indiferenças. A realidade, não a sua, continua a sangrar a vontade que lhe roubaram. Os verbos foram passando, ignóbeis, trapaceiros, ofendendo a sua dignidade em todos os momentos possíveis. Tem calma, dizem-lhe todos os anúncios ejaculados no céu, que ele há tantas lágrimas, se recusa a mirar. Devagar, como sempre, cerra os pulsos, aperta a alma, e, chora como se fosse ontem, os mesmos sonhos.
- Espera o conforto das palavras que não o atraiçoaram, e logo que acorde continuará, como de costume, a espalhar os seus poemas para os pássaros que prezam a sua companhia.
- Molha a cara no rio bolorento, alisa a pele no sabão retardado, afinal tão fora de prazo como a sua existência. Nada há para roubar na caixa das esmolas.Sorrindo para si próprio, esmaga ainda mais o cinto, Olha-o bem nos olhos: não conseguiste fazer de mim mais um pedinte.
- Cansado de ser abusado, murcha os perfumes da pena malcheirosa. Volta ao rio, que lhe oferece o espelho que aquece a despedida. Passa o tempo, não sabe que sorriso esperar, chega a hora de (todos os momentos que tanto custam a inventar).
- Os ritmos da solidão depositam-lhe nos ossos os venenos que o acalmam. Navega no seu olhar fragâncias low-cost, oferecidas por um call-center que só o quer maquilhar.
- Aquece o nojo numa lamparina curiosa, retira a espoleta, tenta o mais longo arremesso, retrai o medo, chora mais um segredo no maior dos optimismos. Voa baixo para não ferir o planar dos sonhos magoados pelo desgosto, encosta-se à berma, abranda a estrada, rasteja a ficção naquele mar de paintball, alegra as tiras, e, estruge os embustes no molho que o vai empobrecendo.
- Aqui, não é lugar nenhum.
2018Ago_aNTÓNIODEmIRANDA
sexta-feira, 17 de junho de 2022
NO CLUBE DOS OLHARES HUMEDECIDOS
Mas, seria fundamental
E esse poema,
2019set_aNTÓNIODEmIRANDA
quinta-feira, 16 de junho de 2022
RECUSO SIGNIFICAR A VIDA NUMA REDACÇÃO DE FRACASSOS
A SALVAÇÃO POSSÍVEL
2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA
A MANHÃ QUE SEMPRE CHORAVA
e congelava a alegria para uma melhor ocasião.
Empacotava as lágrimas para mais tarde oferecer.
Ponteiros deitados no naufrágio das horas da ilusão,
acordavam relógios desonestos.
Nada para recordar o chão sagrado que varria os passos,
que para o nada se dirigiam.
A raiva sossegava ruidosamente neste vagar desastrado.
A salvação possível arquivava denúncias anónimas,
e poetas descalços,
entregavam salmos,
num recital de memórias envergonhadas.
A manhã que sempre chorava quando matava a noite,
escondia-se com um choro tímido,
no corredor das palavras ainda não dissolvidas.
Paredes sem sorrisos emoldurados,
pintavam algumas gotas de chuva,
para que os pássaros das asas feridas,
não morressem à sede.
Espera aí!
Não vás já!
Era assim a despedida.
2018Abr_aNTÓNIODEmIRANDA
quarta-feira, 15 de junho de 2022
ATÉ BREVE
Entregá-los porta a porta,
no prazo máximo de 24 horas.
Andar por aí,
sem sentido único.
Ladrar aos desconfiados,
lançar chamas de ousadia,
baralhar as contas,
chamuscar a própria sombra.
Não ter medo,
remover o quase,
ofuscar a solidão,
chorar só o necessário,
estender abraços.
Andar por aí,
sempre numa douda correria,
afligir todas as maldades,
amar, mesmo na fila do trânsito.
Até breve.
,2019Dez_aNTÓNIODEmIRANDA
terça-feira, 14 de junho de 2022
AMAR-TE É A MINHA TRAIÇÃO
mesmo sabendo que o inferno
já não ardia como era costume.
a dizer que o modo como amo
tem o sabor de um jogo repetido.
é a minha
traição.
2019jun_aNTÓNIODEmIRANDA
segunda-feira, 13 de junho de 2022
QUANDO O SILÊNCIO CHORA
Quantas vidas
Morremos?
,2022Jun_aNTÓNIODEmIRANDA
YÔ - YÔ
As palavras enganadoras
Com que enganamos a ilusão?
E o futuro adiado?
A revolta
Domesticada
Embalada
Em sprays coloridos
Com que pintamos as paredes desta cidade
Cada vez mais ausente?
ANTÓNIODEmIRANDA 27.5.86
TEXAS BAR
PRIVILÉGIO
PARA QUE NÃO LHES CHAMEM POETAS
homens enviesados
encenam uma conversa animada.
Fazem um concerto de copos
que promete
uma amistosa
indignação.
2019jun_aNTÓNIODEmIRANDA
domingo, 12 de junho de 2022
sábado, 11 de junho de 2022
CELEBRAÇÃO BOCA-A- BOCA (com um abraço para Vinicius de Moraes)
Possivelmente enviar-te-ia um bouquet de telegramas
para conquistar a tua presença.
E quando chegasses,
apressadamente despiria a tua pele
com ritmos vermelhos,
numa celebração boca-a- boca de beijos cinéfilos previamente ensaiados.
Evidentemente banhar-te-ia em pétalas de rosas, embebedadas no mais atrevido do champanhe.
Obviamente tentaria convencer a tua virtude,
com os benefícios do sexo
por uma boa causa para a nossa humanidade,
- respeitando escrupulosamente -
todas as regras do acordo da cu·ni·lín·gua.
,2019mar_aNTÓNIODEmIRANDA
CÃES DE PALHA (Sam Peckinpah)
faz de mim um vagabundo.
Eu prometo gostar de ti
no meio da palha
como fazem os cães felizes
que para isto, não têm horários.
Ama-me com todas as hipóteses
da estrela tardia
enquanto a coruja ralha
tentando distrair
os ouvidos curiosos.
Ama-me com um amor assassino
despido de todos os prazos.
Gosta de mim,
nós somos assim
ausentes de todos os cenários.
,2015aNTÓNIODEmIRANDA