Dá-me 5 minutos.
Tal coisa nunca me pede a vida.
Conheço a discrepância dos nossos relógios, relembro algumas afinidades que nos cosem,
as peles que juntamos no tempero deste desembolso, os falhanços escondidos,
as derrotas da esperança.
Não sei onde param os pássaros vermelhos,
onde naufragou a ousadia que alegremente pintávamos nas grades da cidade grande.
Nada libertamos,
senão a comodidade da mesquinha revolta.
Não quero tempo para dourar a pílula das angústias.
Dá-me sangue para escrever,
palavras inúteis no chão
que imaginei sagrado.
Fujo das ruas de gente sonâmbula,
tropeçando de copo na mão,
à procura da sarjeta mais próxima.
Perguntam se tenho saudades.
Detesto essa hipótese.
,2020mai_aNTÓNIODEmIRANDA
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