Dei-te o sonho que pensava existir.
Abriste-me a lata com balas de prata
e não falhaste nem um tiro.
Lamento, não tive tempo para te avisar que o meu coração assiduamente alvejado só era um curioso aprendiz de vampiro.
Continuo a mentir que sonho contigo naquelas noites que me obrigam a dormir antes da imagem que quero pintar.
Exibias uma "lingerie" mecânica com tons de mirtilos oxigenados, obviamente com a casca pré-lavada para não afectar a minha digestão.
Possivelmente cruzaremos um qualquer olhar na Roterdão mais perto da nossa ausência.
A rua cor de rosa no Cais do Sodré, onde nos meus tempos de paquete as putas pinavam valentemente e os marinheiros americanos cambaleavam tão sóbrios que só podiam tocar no Texas Bar, "standards" do velho Jazz depois da pancadaria dos chulos acabar.
Tinha 16 anos e juro que nada disto era estranho para mim. Tinha sempre à mão o meu primeiro LP de jazz que tinha impresso na capa um nome esquisito:
Charlie Parker, "the Bird".
Como o tempo passa!
Muitas vezes por mim passou muito bem.
,2016,08aNTÓNIODEmIRANDA
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