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sábado, 22 de novembro de 2025

O SUAVE DESPIR DO DESEJO

 




Então dizias que o mundo não te apetecia 
nessa pele escrita com orgasmos nunca
acontecidos.
(Tem destes percalços a ivaginação).
E eu, atento, 
a esse húmido tormento,  
acariciava o suave despir do desejo.
As coisas são como são, 
rezam os moucos gemidos.
E eu sei que os abraços que faltaram 
são agora lembrados nos epitáfios 
da mais reles hipocrisia.
Os abençoados, 
nesta ermida de visões menstruadas, 
aguardam ainda qualquer convite 
para uma dança de ventre ornamentada com sofisticados bailados de camisas-de-vénus precocemente despejadas.
E descem a Alameda da glória, 
açoitando perfumes retardados 
perante o embaraço
 dos passageiros mais ousados.
Deus é grande!
Dizem os devotos.
Tal grandeza só me entristece...



2025No_aNTÓNIODEmiRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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