Quando o santo caiu do andor, toda a gente lá na procissão, ficou preocupada. Bêbado o prior, aproveitou este ornamento e falou da necessidade das obras do telhado da sua casa, e se a verba basta-se, iria tratar dos melhoramentos da capela. Até porque o tempo já não é o que era. Já benzeu o presidente da junta de freguesia.
O motor do carro não funciona e o vinho que lhe ofereceram fazia-lhe azia. E as velinhas do sacrário, feitas por um conhecido falsário, a deus não satisfazia. O crucifixo de ouro com que o prendaram, estava a enferrujar e ele de tanta vergonha, já não o podia usar na lapela. Má sorte a sua. Nem tinha coragem de sair à rua. Mas nada para si ele pedia. Só esperava compreensão. Gaguejando, anunciava um pequeno aumento no preço da confissão, claro está sem má intenção.
Cada um dá o que pode. E não será por isso que ficará mais pobre. Aquele, o santo que caiu do andor, depois de lhe passar o ardor, falou com fervor à multidão, elogiando o pastor.… & conforme combinado, foi o primeiro a beijar-lhe a mão.
Mais tarde, os dois no quarto do Ibis lá para os lados de Guimarães, enrabaram-se como cães.
Aleluia! Vaselina sem areia oferecida pela comissão dos acólitos do broche sem pecado.
Cada um faz o que pode!
Mas é sempre o mesmo que se fode!
2017,jun_aNTÓNIODEmIRANDA
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