Quando
te tratarem sempre como um brinquedo Desconfia
da intenção Ainda
não chegou Dezembro A
ferrugem nunca dorme Entretém-se a espalhar cruelmente a infâmia Que
consome os nossos dias Enrouquece-nos
os sentidos Não
esquece um só pormenor Pinta-nos
no corpo O som
da dor E Por
vezes Impede-nos
de passar a ferro As
pregas da saia da Marilyn Sabemos
Sempre
que é necessário Que
para morrer um grande amor É
preciso continuar a viver A
ferrugem nunca dorme Compunge-nos
com um hálito cínico Fingindo
uma preocupação melíflua Exaurida
na mentira abundante
Com
um amanhã Provavelmente
tímido Sem
nada para acontecer A
ferrugem nunca dorme Transforma
qualquer vontade Em
torno deste tempo Num penhasco onde
te possas inclinar.
2016,03
aNTÓNIODEmIRANDA
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