Não é justo que todos os outonos
lavem as paixões tardias transformando-as,
com a sua pressa de inverno,
num qualquer instante inacabado.
O que faremos às palavras nunca ditas,
gravadas na almofada
onde dorme o sonho nunca lembrado?
Navegam elas num ventre lasso,
com botas que lambem
uma estéril melodia rasgada com voz de lâmina.
Dançam agora marionetas,
minuetes num impulso quebrado.
Vou errando.
Ouvindo lamentos bulidos pelo vento.
Não me é estranha a sua angústia.
Ouvindo lamentos bulidos pelo vento.
Não me é estranha a sua angústia.
.2015aNTÓNIODEmIRANDA
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