Estou farto da confusão nesta velhice de veias entupidas.
Esta lâmina não presta.
Eu não quero voltar.
Sou um galo velho que já não encontra o poleiro.
Não confio no azar, mas também nada sei da sorte. Salto aqui e acolá com um imbecil bilhete pré-comprado, que uns dias aparece, e nos outros, manda-me à merda quando lhe apetece.
Chamo a patrulha da traiçoeira lotaria,
apodrecida no albergue da morte anunciada.
Não gosto.
Recuso sempre os abrigos que me oferecem.
Sou um oásis naufragado num alguidar de lama, supostamente perfumado com o falso sabor da liberdade.
Emoções perdidas deitadas na sombra dos abraços. Despeço-me de mim.
No colchão de magnólias há um espião tecendo a teia, que observa a baboseira das minhas orações.
100 Anos de vida, promete a pulseira da liberdade ocasional.
A fúria doente, cansada da minha indecisão, esconde-se num pijama que ostenta uma etiqueta duvidosa. Nada faz sentido nem o sorriso que mostras no relógio.
Nas pregas do teu olhar, vejo agora essa dor que só te enganou nesse aperto traiçoeiro que prometia o que querias conhecer.
Nas pregas do teu olhar, vejo agora essa dor que só te enganou nesse aperto traiçoeiro que prometia o que querias conhecer.
,2021Julho_aNTÓNIODEmIRANDA
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