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domingo, 13 de fevereiro de 2022

AO CORRER DO TEMPO

Tenho no bolso as outras horas
que o relógio que uso no pulso esconde. 
Ouço agora os soluços da guitarra 
do Ry Cooder, 
que escorrem como se fossem memórias. 
Sinto o frio no meio do meu mundo, 
onde demasiadas vezes, 
como Pilatos, lavei as mãos. 
Está difícil este tempo, 
e o seu correr deixa-me cansado. 
É uma sentinela, sempre alerta 
e preocupada. 
Continuamente escondida
por uma cortina de fumo, 
que só me permite 
um enlace nunca dourado.



,2016 aNTÓNIODEmIRANDA

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