A minha memória é uma vagabunda
e eu sou um desvairado sem eira,
sentado à sua beira, sulfatando delícias
enquanto vai bebendo o meu sangue.
Está sempre pronta p
ara abusar da minha alucinação.
Bailámos esta andança nas recordações
não devolvidas.
Estamos cansados de esperar
a passagem da nuvem que só viaja
em banho-maria.
Temos o manjar preparado,
mas ainda não fomos convidados
para o festim, onde só entram estranhos
com fatos de gala alugados.
A minha memória é uma vagabunda.
Está sempre disponível para me trocar
por realizadores com outros filmes.
Mas há cenas em que já não sou
bem-vindo.
Tenho fome da sua saudade,
embora tente fingir que não a sinto.
2016,11aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com
Sem comentários:
Enviar um comentário