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terça-feira, 12 de agosto de 2025

MEMÓRIA VAGABUNDA

 

A minha memória é uma vagabunda 
e eu sou um desvairado sem eira, 
sentado à sua beira, sulfatando delícias 
enquanto vai bebendo o meu sangue. 
Está sempre pronta p
ara abusar da minha alucinação. 
Bailámos esta andança nas recordações 
não devolvidas. 
Estamos cansados de esperar 
a passagem da nuvem que só viaja 
em banho-maria. 
Temos o manjar preparado, 
mas ainda não fomos convidados 
para o festim, onde só entram estranhos 
com fatos de gala alugados.
A minha memória é uma vagabunda.  
Está sempre disponível para me trocar 
por realizadores com outros filmes. 
Mas há cenas em que já não sou 
bem-vindo.
Tenho fome da sua saudade, 
embora tente fingir que não a sinto.



2016,11aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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