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domingo, 31 de agosto de 2025

HIGIENE ESPIRITUAL DIÁRIA

 


No Terreiro de S. Roque 
Sentadas Estão As Solteiras 
Toda A Gente Bebe E Come  
Mas Quem Fode São As Freiras
E Lá No Convento 
A Madre Superior 
Em Pleno Recolhimento 
Para Afagar A Dor 
Na Cama Com O Prior 
Geme Agradecendo Ao Senhor
O Abençoado Acontecimento
Tamanha Animação
Deu Grande Falatório
Deliciado O Sacristão
Não Largava O Mictório
Coisa Nunca Vista
Dizia A Ofegante Catequista 
Ajoelhada No Oratório
Alegria Bendita 
Rejubilavam Os Santinhos Ajoelhados No Harém
Vida Esta Sem Cansaço
Neste Apetecido Remanso
Mas, Tal Situação
Foi Motivo de Discussão
No hemiCIRCO do Parlamento
E 60 CHEGAdos
(armados em deputados)
Sentindo-se Incomodados
Logo Apresentaram
Mais Um Nojento Requerimento…


2025Ago30_aNTÓNIODEmiRANDA
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REINO DOS SONHOS

 


Saudades 

De 

Me 

Lembrar 

De 

Ti


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PARA BOM ENTENDEDOR...

 


ALMOÇO 30 AGOSTO 2025






 

George Harmonica Smith - Summertime

sábado, 30 de agosto de 2025

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

UNTIL YOU DRIVE MY BLUES AWAY


Ama-me minha querida.
Gosta de mim nesta ferida
conspurcada pelos abraços, 
que jurámos iriam acontecer.
Nesta galeria
pintada com ilusões,
ofereço-te um amanhecer
com as cores de um ketchup abandonado.
Com beijos de banda desenhada,
retocarei o teu rímel com os traços 
da beleza ausente.
E prometo,
penhorar a tua lingerie não desembrulhada,
numa lavandaria conceituada,
com tratamentos  alheios à nossa injúria.
Só temos o tempo que nos mente,
isto é, o suficiente
para o mais que não merecemos.
Ama-me pela manhã.
Deixa um bocadinho para o resto do dia.
Irei caucionar o beijo desta breve mania.
E no instante onde nos deitámos,
é possível que um blues desassossegado,
cante o triste fado
com que teimámos adormecer.
Love me in the morning
Just a little bit for the day
I want you love me baby
Until you drive my blues away


,2017ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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PERCEPÇÃO EXTRA-SENSORIAL


Não tens que ter vergonha,
se cruzaste as pernas sem a malícia inocente 
da - Sharon Stone. 
Embora não seja um - Douglas qualquer, 
reconheço que como boa praticante, 
deixaste-te levar pelo instinto do Natal.
Não tens que ter vergonha,
da intenção não acerbada 
com que os teus lábios tocam outras bocas.
Não tens que ter vergonha,
se o encontro das coxas não foi assaz premeditado, 
porque só querias uma aproximação analógica.
Não tens que ter vergonha,
quando pensas nos homens que não copulaste,
embora prometesses a 
Percepção 
Extra
-
Sensorial.


,2016,06.aNTÓNIODEmIRANDA
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quarta-feira, 27 de agosto de 2025

NO LADO ESCURO DA ESPERANÇA

 

Que se foda a vida 
 que sempre me 
enganou 
                     Deu-me dias de fome 
 e  horas 
prenhas de desencanto
 num céu manchado 
 com as palavras 
da vã esperança
que tanto me têm doído
               Desenhou chicotes e 
lágrimas na lenta 
marcha da agonia
                               E uma canga rezada
no Terço das vergonhas



,2023Ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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PORCO de MERDA...

 




GOSTAR QB

 

Não me interessam as intenções
Nem as instruções 
para um comportamento normalizado
Nem os manuais 
do conhecimento especializado!
Delas, está o meu forno cheio
Gosto das boas palavras
Das boas ideias
Não gosto de conselhos
Só admito sugestões!
Gosto dos factos
e das suas consequências
Detesto a imposição das soluções!
Gosto de pensar
que vale a pena ser optimista
Gosto da sedução
Do presente sem chão
Do futuro preocupado em vão
De dizer mal QB
Que me tratem por você,
dando a isso a devida importância.
Gosto que de quem eu não gosto,
continue a não gostar de mim !
Do que é que eu ainda mais gosto?
Se não se importam isso fica para mim
… Não ando por ai a espalhar poesia de borla.
Nunca se sabe como vai ser
O dia de amanhã.


2014.aNTÓNIODEmIRANDA
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terça-feira, 26 de agosto de 2025

Não! Mas ao longe ouvia-se o seu tropel...

 


A MINHA SANTIDADE

 


Tenho os dias cortados em 
mentiras

O presente no paraíso ausente 
confortavelmente oxidado

O futuro no inferno às tiras

O som de um velho sax entrega-me 
delícias de ousadia 
fugidas de um saco de esmolas 
hipócritas

Perguntam como é que estou

Nunca dizem como é que gostaria 
de estar


,2023Ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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NO LADO ESCURO DA ESPERANÇA

 


Que se foda a vida 
que sempre me 
enganou 

Deu-me dias de fome 
e horas 
prenhas de desencanto
num céu manchado 
com as palavras 
da vã esperança
que tanto me têm doído

Desenhou chicotes e 
lágrimas na lenta 
marcha da agonia

E uma canga rezada
no Terço das vergonhas



,2023Ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

MÃE (25/08/1932 - 24/02/2006)

 




Sentado na sua campa teso como de costume Lembro-me de muitas conversas e do modo como aceitava as minhas mudanças de humor eu sei o que vale uma flor agora que só posso falar com a sua ausência passo o tempo numa peneira plena dos seus sorrisos e de alguns planos para o futuro sou o que sou e mais que ninguém você o sabe alguma coisa a morte levou mas lembro-me perfeitamente quando se despediu de mim com um olhar apressado para a viagem sentado no frio do mármore não consigo chorar tudo o que pretendo mais que ninguém você conhece o que poderão significar as palavras que me levam até si desta vez não vou mentir a verdade é que não me tenho portado bem talvez porque saiba que já não se pode preocupar hoje vou ler-lhe um poema daqueles que por vergonha minha nunca cheguei a mostrar sentado na sua campa teso como de costume ainda não consigo lembrar tudo o que pretendo Não sei quando me vou libertar mas já vi o arco-íris na minha janela eu sei que todos os prognósticos são reservados e as funções vitais são uma grande treta respeito a coragem mas você sabe como odeio a resignação e o tentar terá de ser sempre uma obrigação sentado na sua campa juro que não tenho vontade de abraçar o mundo este silêncio tem o som da conveniência e a minha melancolia não é obrigatoriamente triste o céu é um lugar onde nada acontece embora toda a gente acredite na sua festa sentado na sua campa só como de costume revejo imagens que me vestem e você sabe que eu sou um optimista descaradamente teimoso Mãe você sabia que o cheiro dos meus cigarros era diferente e eu nunca toquei em nada que me fizesse mal á cabeça nem mesmo os cogumelos e quando eu ficava a ouvir todos aqueles Blues você desligava o aspirador para escutar a música triste Mãe eu continuo a ouvir essa música e dou-lhe inteira razão uma perda nunca é alegre sentado na sua campa olho o tempo do tempo soletro horas com hábitos de felicidade que já só têm o cheiro da despedida Mãe continuo maluco daquela maneira que você sabe Mãe continuo à espera daquele modo que você entende agora deixo-lhe os meus poemas
Esperarei por si no clube dos poetas mortos
Até logo


Setembro12.2006_aNTÓNIODEmIRANDA
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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

10 P`RÀS 5

 


Dez p´ràs cinco.

Estou atrasada.

Nunca mais aparece o autocarro.

E o escritório à espera da limpeza.

A vida não me dá B.Leza,

e a cachupa requentada, 

não tem o sabor que deixei na panela.

E o meu suor incomoda o passageiro

que se masturba com o Iphone.

Não tenho dinheiro

para falar com a saudade da terra 

que sempre, com todo o respeito,

pisei.

Disseram-me que este é o país

do mar salgado,

mas eu só tenho na alma,

as cores da sua angústia.

Morro no oceano das suas lágrimas, 

escondidas no caixão 

onde todas as noites me deito.

Amo-te mundo sem pátrias!

Não sei sonhar!

É um verbo que sempre

me enganou.



2018Ago_aNTÓNIODEmIRANDA
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Deus

É

Grande

Grande Grande Grande

Tão Grande Grande Grande

Que Me Canso

De Olhar



Depois

Fecho os Olhos


Isto É :


Nunca

O

Vejo.



Jul,3,79_aNTÓNIODEmiRANDA
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domingo, 17 de agosto de 2025

Steve Harley & Cockney Rebel - Sebastian

Daydream

NA VARANDA DOS OCASOS

 


Adeus ó vida. Vou fugir.
Já não conto os passos. É só isso. 
Nada mais tenho para falar.
Desejaria amar-te mais do que a verdadeira possibilidade, mas este assassinato resgatado da desilusão, rouba dia após dia pingos da esperança restante. Rasguei a rendição da dor. Nada já sou naquilo que atrevi ousar. Nem sequer a simples ideia das possíveis opções. Já não atendo a audácia do voo que até então adormecia na inocência que supostamente me baptizou. E na valsa da tristeza, amada nos sonhos de areia, gentis abraços da guitarra amiga mostravam espelhos do mais autêntico alento.
Não! Não! Não!
Não fui eu quem traiu a generosidade.
A ignorância, bordada na almofada da contagem final, segura a mão do anjo clandestino erguendo um ronco para anunciar o prognóstico dos dias que nunca mais conseguirei abraçar. Já só sobra o cheiro do sonho prometido. 
A porta está aberta. Mas o pesadelo dorme no infinito tempo dos perdedores. Não posso sentar-me e simplesmente esperar.
Na varanda dos ocasos desfila o ramalhete da agonia a caminho do vale do silêncio habitado pela crueldade infligida.


,2024Set03_Vila Chã _aNTÓNIODEmIRANDA
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EU BEM TE AVISEI!

 


Eu bem te avisei!
Os poetas escrevem com palavras mentirosas. 
Pensam enquanto riem e nesse riso fingido, 
não têm tempo para emendar o que não foi sentido. 
Desenham a tristeza em folhas frias e limpam lágrimas escondidas nas caixas de pó de arroz. 
Avermelham os olhos pintados cirurgicamente 
em frente de espelhos convenientes.
Acendem o cigarro com voz de catarro,
e entram no filme levando no braço 
a gabardine do Humphrey Bogart.
Num olhar pretensamente descomprometido, 
imaginam a amplitude
da costura daquelas meias de renda.
Os poetas escrevem as palavras possíveis
dos poemas mentirosos.
E a sua almofada preferida é forrada 
com papel mata-borrão, 
para que os sonhos que não querem ter, 
não incomodem a sua fantasia.
    Os poetas não têm culpa da inveja de Deus.
Eu bem te avisei!
Vou desligar esta chamada
com número anónimo.



,2017,abr_.aNTÓNIODEmIRANDA
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TANTAS VEZES ME MINTO ENROLADO NA VERGONHA QUE DEMASIADAS VEZES SINTO

 


Aparelhar pecados no paraíso das máscaras.
 
Sonhos de lantejoulas pintadas no papel do amargo tempo. 
 
Lábios de vermelho decadente 
tatuados nos copos da volátil memória, 
amanhecem nos beijos gritados 
na esplanada da solidão. 

Irão banhar na beleza escrita em mata-borrão, 
um acorde que já não nos pertence. 

Uma colagem de abraços imaginários poderá (mesmo por um só momento), emoldurar a desilusão que plantámos. 

    Então, com o préstimo das palavras mentirosas, riscaremos a magia da importância.

        Não calçamos o mesmo estar.


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sexta-feira, 15 de agosto de 2025

"O CAPTAIN! MY CAPTAIN!"

 


Tantos medos nos tiraste
da poesia emplumada
castrada por tanto pó
numa escrita absurda
Nefasto conceito
cultivado em academias
chocadeiras do embrião
decadente
Tu mostraste
que a força do poema
não tem guarida
nem suporta
o tédio absurdo do caixão
Palavras libertas
empurram finalmente 
outras portas
Tenhamos somente
coragem para nelas tocar.
Que se ame
aqueles que sangram as palavras:
Os Poetas!
Nunca os que corrompem
o verdadeiro sentido da poesia
secando a falta da alma
num estendal vazio

                        "O Captain! My Captain!"





2016,03 aNTÓNIODEmIRANDA
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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

PESSOA ESTÁ DESOLADO

 


Pessoa está desolado.
Lá na esplanada, pombos que falam outras línguas, 
sujam-lhe os óculos e ele vê-se fotografado 
por quem nunca leu um único verso seu.
Pessoa ouve conversas que não lhe dizem respeito 
e contrafeito enrola segredos espalhando-os 
nas pedras da calçada.
Pessoa está enjoado.
Está a pensar seriamente em alugar a estátua 
e a dedicar-se nas horas cada vez mais nauseadas, 
à venda de raspadinhas usadas. 
Pessoa está desnorteado. 
Sacode o chapéu, avista o céu que lhe mostra 
aqueles dias sem futuro pintados na vida 
que aos poucos lhe foi doendo.
Pessoa fugiu da Brasileira.
Deixou sentado à mesa um pacato 
gestor de heterónimos.



2017,ago_aNTÓNIODEmIRANDA 
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terça-feira, 12 de agosto de 2025

ASSIDUAMENTE ESTÚPIDAS...

 


MEMÓRIA VAGABUNDA

 

A minha memória é uma vagabunda 
e eu sou um desvairado sem eira, 
sentado à sua beira, sulfatando delícias 
enquanto vai bebendo o meu sangue. 
Está sempre pronta p
ara abusar da minha alucinação. 
Bailámos esta andança nas recordações 
não devolvidas. 
Estamos cansados de esperar 
a passagem da nuvem que só viaja 
em banho-maria. 
Temos o manjar preparado, 
mas ainda não fomos convidados 
para o festim, onde só entram estranhos 
com fatos de gala alugados.
A minha memória é uma vagabunda.  
Está sempre disponível para me trocar 
por realizadores com outros filmes. 
Mas há cenas em que já não sou 
bem-vindo.
Tenho fome da sua saudade, 
embora tente fingir que não a sinto.



2016,11aNTÓNIODEmIRANDA
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quarta-feira, 30 de julho de 2025

NECROLÓGIO DOS DESILUDIDOS DO AMOR - Carlos Drummond de Andrade (31 Out 1902 // 17 Ago 1987)

 

Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.

Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.

Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos
seja no claro céu ou turvo inferno.

Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia...

Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados competentemente
(paixões de primeira e de segunda classe).

Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.


Carlos Drummond de Andrade, in 'Brejo das Almas'





segunda-feira, 28 de julho de 2025

MARIA JOSÉ PALLA (30 de julho de 1943 Falecimento: 27 de julho de 2025). LisboaTive o enorme prazer de conhecer esta Senhora!

 



Maria José Palla.
 Académica e fotógrafa. É professora jubilada da Universidade Nova de Lisboa. Viveu muitos anos em Paris como exilada onde se doutorou na Universidade de Sorbonne e se diplomou na École du Louvre. É autora de numerosos livros e artigos sobre Gil Vicente e a pintura portuguesa do Renascimento.

sábado, 26 de julho de 2025

HARAKIRI SINCRONIZADO

 



Desço num compasso atrasado 
a avenida da adolescência, 
nesta saudade abraçada a velhos blues 
e palavras escorridas dos livros 
que me ensinaram o caminho. 
Junto perspectivas nesta gamela, 
e misturo fermento crescente 
com a precisão que fui adquirindo. 
Disparo certeiro nesta bala descaída 
que beija o tiro que continua a ferir-me.
Free like a shot from my gun.
Rosas retardadas para os dias sempre hipócritas, 
descansam num jazigo à toa escolhido, 
onde apresento o mais infiel dos bluffes
Há coisas para que não tenho jeito algum. 
E lubrificar cãibras é uma arte que a mim me falha. 
Que deus me valha!
Ok! Não atirem todo o bónus para cima de mim. 
Aprendi a jogar poker num SPRECTRUM ressabiado 
que com todas as vírgulas caluniava a minha batota. 
E eu até pensava que era bom. 
Claro está, menos nos desenhos a tinta-da-china. 
Borrava sempre a pintura e o MAO nunca achou lá grande piada. 
Apresentei-lhe um novo álibi para a grande muralha, 
mas infelizmente embebedou-se com um certo vinho de MONÇÃO
Águas passadas enferrujam qualquer canalização, 
e o seguro, de tanto reumático, 
já não cobre todos os riscos.
Ok! Desisto!
Vou voltar para o império das mentiras, 
afiar a Muramasa e derramar um carpaccio 
com a pele do teu desejo. 
Perfumado com KENZOimprimirei em photo paper gloss
HAIKUS banhados no tinteiro das palavras bonitas.
Claro que não é o fim. 
Ainda resta o estrangular dos teus lábios 
no meu ossário defeituoso. 
Viveremos felizes para sempre, 
desde que um qualquer deus curioso 
não inveje a nossa cumplicidade.
A avenida da minha adolescência não está programada no GPS
e o tacógrafo da minha esperança, foge da animosidade 
da brigada dos costumes sonolentos. 
Corto as pontas das setas, escondo os alvos 
e escrevo certas palavras ao contrário, 
só para inglês ver.
Embalo com todo o cuidado, 
estes cacos etiquetados com proveniências duvidosas 
para vender na feira da ladra.
É bem verdade que não têm tido muita procura.
Mas deus nasce, o homem sonha e a obra dorme.


,2017,abr_.aNTÓNIODEmIRANDA
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quinta-feira, 24 de julho de 2025

24JULHO_1981 COISAS DO TEMPO (1)

 


Claro que os anos passam!

Mas o tempo,

Que muitas vezes é nosso amigo,

Faz o favor de parar

Para assim melhor admirar

As pessoas especiais.


.2014antóniodemiranda
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sexta-feira, 18 de julho de 2025

NAQUELA JANELA VIRADA PARA O BAR

 


Fora do sonho, os anos humedecem a vida 
numa ligação preciosa para o particular infinito.
O tempo ainda permanece exibindo nas teias 
lembranças gravadas nos destroços.
Despedem-se na esperança, de que a realidade ofereça outras visões.

            Naquela janela virada para o bar,
o alento passo-o muitas vezes num delírio de mortalhas.
(A minha fama ficará gravada numa pedra abençoada onde os cães da Irmandade da Boa Escolha poderão fornicar). 
Não importa a idade!  
            (Actividade não sujeita ao IMI - Imposto Miserável da Inteligência). 

            Naquela janela virada para o bar, 
deslizo nas cenas do filme repetido, performances alheias à minha vontade.
(Quantos modos cabem na estátua dos medos semeados nos degraus do desânimo)?
Sobreviver muitas vezes deveria ser considerado uma coincidência malparida.

    Naquela janela virada para o bar,
ignoro as colagens de ignorância sobre práticas untadas com crença acidental
Ei, pesadelo, canta outro sonho. 
Já não sou o adolescente dos lençóis de ketchup
Há muito que acordo abraçado ao banco das folhas caídas.

            Naquela janela virada para o bar,
é monstruosamente sublime o diálogo que me conduz ao ninho.
                    (A beleza é um simples atrevimento, costumam grunhir os maldizentes).

Naquela janela virada para o bar, 
há um sopro que me escreve  lágrimas de sargaço. 
                (O que foi feito de mim, pergunta a adolescente saudade espalhando no seu esquecido saber espumas de água e sal).
Quando a circunstância que vivemos 
é o fiel espelho daquilo que só fingimos no papel, olhamos com desdém um teclado farto de aturar as nossas feridas.

                                            Pois não há que ter medo! 
                                                Alguém se lembrará do segredo…





2025Jul_aNTÓNIODEmiRANDA
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JANTADO_17JUL2025

 






PASSE-PARTOUT

 





ESTA MANIA DE DISFARÇAR DESACORDOS

 


Tenho na memória um deserto de ausências 
abraçado a um punhal que se despede dos dias. 
Sentado neste alpendre, 
fiel depositário de alguns sonhos conquistados, 
agasalho boas recordações 
no colo da guitarra. 
Dois gatos, 
abrigados debaixo da carripana, 
escutam 
esta mania de disfarçar desacordos. 
                 Olhamo-nos sem a ousadia de nos vermos. 
                                  É esta a minha assistência preferida.


,2021Julho_aNTÓNIODEmIRANDA
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MADIBA Nelson Rolihlahla Mandela (Mvezo, 18 de Julho de 1918 – Joanesburgo, 5 de Dezembro de 2013)

 


MADIBA


                Tanta 
                        Estrada 
                                    Assassinada

Primeiro tiraram-me o nome
Depois despiram a vontade
Mancharam-me a identidade
Não satisfeitos, 
identificaram-me num cartaz 
orgulhosamente mijado por energúmenos
 treinados para o evento

            Por fim queimaram 
            o que restava da memória
(eles só queriam que desistisse)

                            A Liberdade e a Vida 
                    amam-se incondicionalmente





,2024Jul18_aNTÓNIODEmIRANDA
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quarta-feira, 16 de julho de 2025

KIKO_WALKING MY DOG

 


Agora só tenho a tua trela para me conduzir a alma. 

Todas as tuas lambidelas estão aconchegadas no meu porta-corações. 

Continuo despenteado pelo abanar da tua cauda. 

É agora diferente o cheiro da relva que recuso pisar. 

E o segredo só nosso de confundires a matrícula do teu carro. 

Vou enviar uma carta ao teu deus, 

a confirmar a autenticidade da nossa amizade. 

Escreve-me!

Vou aprender a ler.


2016_aNTÓNIODEmIRANDA
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Kitty, Daisy & Lewis Say You'll Be Mine Live @ 3nach9

sábado, 12 de julho de 2025

LIVRO DO GÉNESIS (impressão fraque-simulada)

 


Ao princípio não era nada.
E o homem pensou que isso era mau.
E foi assim que foi criada a crueldade.
No fim e por fim Deus comodamente instalado noutras paragens, continua a lamentar o maior erro da sua criatividade: o homem!
Eu bem o tinha avisado que há coisas com que não podemos brincar. Mas a bicicleta ainda não tinha sido inventada.
Moisés tinha uma vara de um acrílico carbonado alérgica a peixes, e teve a preciosa ajuda, quem diria, de um forte vento do leste. A Emel, aproveitando a separação das águas, bloqueou as rodas dos carros dos egípcios, que assim levaram uma grande banhada. Muitos deram à costa em Sevilha, onde foram oferecidas à população opulentas doses de calamares. Oremos ao Senhor que com tanta água nos libertou do imenso calor. O mar vermelho só acontece no Marquês de Pombal, quando o Glorioso ganha o campeonato. Isaías, depois de marcar ao Arsenal, tímido como era, quando lhe perguntaram o que sentiu, socorrendo-se da página de um certo livro, respondeu: eu sou bom, mas o outro é que continua a ser o Senhor do Uni-Verso. Ainda não chegou a minha vez. Palavra do treinador: ainda bem! Todo o nome devia ser santificado e infelizmente isso nunca fez maravilhas. Há quem diga que a salvação está escondida na caixa negra do aeroplano. Lázaro nunca andou, 
Abraão não sabia escrever e mais tarde foi visto a recolher um jackpot lá para os lados de Las Vergas. Isaac, sempre doido pela velocidade, treinava numa carroça com 220 cavalos. Continua preso por excesso de excremento. O filho do Abraão foi salvo da morte por um cordeiro imprudente que mais tarde foi servido em coentrada. O Salmo 32 foi alterado. Continha leituras impróprias para oníricos. Alguns dos caminhos da vida ainda não são conhecidos. Por isso, devemos continuar a desconfiar Daquele que se sentou à direita. Palavra do Senhor: ide-vos que eu fico por aqui. Não me confino nunca a que Deus seja a única esperança do mundo. É um peso demasiado para umas costas tão curvadas. A paz não é eterna e até já foi banida de muitos dicionários. Aqui estamos. Resplandecendo alegremente esta possibilidade nunca correspondida. Palavra do Senhor: Israel é uma conveniência que nunca desculpará um certo erro de cálculo. Não há lei perfeita. E a que o Senhor nos quer impor, ainda menos. Enfim, preceitos que não alegram o coração e apagam olhos que só queriam ver. O temor ao Senhor reza-nos um juízo mentiroso e também é verdade que ainda há quem prefira a posição de "seminário". Gente esta que sabia brincar. Senhor, Senhor estás sempre do meu lado e isso distrai a minha amante. A unidade, dizia o profeta Ezequiel, não pode acontecer com o Espírito Santo. É bem sabido que Ezequiel não gostava da imundice e isso já naquele tempo era uma grande chatice. A minha alma suspira por vós, mas vós, mais do que ninguém, sabeis Senhor que eu sou um mentiroso compulsivo. Como suspira o meu espírito Senhor! Mas desta vez não mentirei. Não estou arrependido. Mas eu sei que o veado suspira pelas águas cristalinas da montanha, onde cítaras tocam poemas louvando a tua ausência. S. Paulo nunca gostou dos romanos. É evidente a maneira como não manifestou qualquer contentamento pelos golos do Paolo Rossi. Baresi e Dino Zoff até lhe provocavam tosse. Aleluia! Aleluia! Gritava ele com o nariz enfarinhado quando o Nápoles de Maradona foi campeão. Ainda hoje, entre espirros gosta de falar disto. O senhor é o meu pastor! Mas a médica proibiu-me de comer queijo. 
Glória a deus nas alturas! No 35º andar vão servir Moet&Chandon e rissóis de camarão. Andainde pois então! Vinde até mim! Há gajas boas no camarim.






 2016,03_aNTÓNIODEmIRANDA
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terça-feira, 8 de julho de 2025

NO ALTAR DO ENTULHO

 


No altar do entulho 

Celebra-se Impunemente a Miséria Humana

No altar do entulho 
As orações são Bombardeadas para divulgarem 
em Defunta mão o significado do perdão dos Ofendidos

No altar do entulho 

A inocência é despejada da Decência 
ual gravidez Trucidada pela Falsidade das Promessas 

No altar do entulho 

Há um olhar coberto de Desalento
Agonizando no ninho da Vergonha

No altar do entulho 

Onde mora a Monstruosa Crença? 

No altar do entulho 

A salada do Genocídio 
está continuamente pronta 
para a Alheamento com Desculpamos 
a nossa cada vez maior Incompetência

No altar do entulho 

As mortalhas há muito Embrulhadas 
em Lágrimas de Desolação 
escondem-se nas Valas da terra 
Usurpada

No altar do entulho 

Perfuma-se com o Incenso da Infâmia a
Memória da Pele

No altar do entulho

A impunidade nunca Poderá Morrer sem Castigo

No altar do entulho

A humanidade não passa de uma Fraude 
Assiduamente Combinada nos Podres Tratados

No altar do entulho

O tempo nunca poderá esquecer o Massacre 
ue Constantemente Entregamos

No altar do entulho

Trump celebra com Putin 
perante o pas-de-deux do Netanyahu 
num Cocktail de Sangue Assassino 
oda a Crueldade do Mundo


2025Jul_aNTÓNIODEmiRANDA
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segunda-feira, 7 de julho de 2025

ÀS VEZES MORREMOS SEM NOS APETECER

 


Às vezes morremos sem nos apetecer.
Vem em algumas enciclopédias
penduradas no alto da torre
onde a coruja desmói o papo.
Desejos vestidos com pele de raposa,
conversas comezinhas, marinadas em maldizias,
que acabam por nos dar muito que fazer.
Nada é perfeito neste vento soprado,
que nos enleva em gelados de baunilha sofisticada.
Nenhuma razão aparente poderá ser desenhada.
A que sonhos nos referimos?
Estou sentado no museu,
com molduras de hambúrgueres
que me afectam o apetite.
O artista não sabe,
mas algumas estão já incompletas.
Estou embrulhado num velho Março
e sinto nos pés a pressa de fugir.
Aqueço a alma num cigarro
e aguardo serenamente
simpatias amigas
que se deitam comigo no possível acordar.
Está bem!
Podes voltar.
Diz-me um sol desconhecido
para iluminar o sono
com quem durmo dias tranquilos.


,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA
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segunda-feira, 30 de junho de 2025

LISBOA & TUDO ISSO...


 Porque não tenho jeito para a saudade.
Nunca me cansei de calcar aquelas ruas durante mais de 20 anos.
Deixem estar o menino. Ele está a escrever os seus poemas. E eu sentado com a velha Messa ouvia contente o cuidado do meu chefe.
1. Ataque epiléptico
Espumava deitado no passeio um coro de insultos merda de bêbado
2. Custódio Cardoso Pereira
Rua do Carmo
Ponto de encontro. Músicos.
3. Au Bonheur des Dames
Elas ofereciam-me amostras de perfumes e admiravam a minha preferência pelo “”.
4. Arnaldo Ferreira o pintor da noite.
Bulia a Rua do Carmo apressando palavras num discurso freneticamente revoltado.
5. Dali o bailarino de tangos e o seu inconfundível bigode. Dançava com uma pantufa enfiada no pé direito, em frente da Discoteca Universal, as canções escolhidas pelo Zé Augusto.
6. Os gins no bar dos Armazéns do Chiado
abundantemente servidos pela Teresa e João.
7. Ritz Clube
A velha banda. A streaper Dina da Conceição conceituada bailarina afro-cubana, 60 anos ou mais. As senhoras de lenço na cabeça e óculos escuros em formato de gata, (como nos filmes italianos), e as suas histórias. O whisky sem marca.
8.Guarda Nocturno
Mijar na rua da Vitória com uma pistola apontada à cabeça
9. Salsaparrilha e whisky em copos pequenos. Não sabíamos nada acerca dos shots.
10. Comodoro & Eduardo 
Tinha um gozo especial quando ao jantar bebia o whisky de alguns directores do JBF que frequentavam assiduamente o rés-do-chão, onde as meninas como quem não quer a coisa, mostravam as cuecas.
11. Os sapatos da Hélio
Cheguei a ter 23 pares. Alguns feitos de encomenda. Tinha uma actividade profissional paralela: revendedor não oficialmente autorizado.
12. Os pastéis de bacalhau no Palmeiras
Geralmente por volta das 4 e meia da tarde. O tinto era da Labrugeira.
13. As idas aos CTT da Praça do Comércio
O regresso contemplava invariavelmente a visita ao Escondidinho da travessa do Cotovelo e uma breve passagem pelo Galego da rua do Crucifixo. Sempre na companhia do Ti Luís ou do Tio Xico.
14.Notário
Reconhecimento de assinaturas. Uma ou outras por mim imitadas. Consegui ganhar uma aposta ao meu chefe.
15. A Brasileira
Não sei porquê, mas tinha o hábito de esconder a colher do café na minha cabeleira. Mais tarde tive algum sucesso quando a oferecia em forma de pulseira às minhas amigas.
15. A _ Jornal República 
15 de Novembro de 1972 . Lembro-me perfeitamente das palavras do Dr. Raul Rego: rapaz, vais ter o primeiro desgosto como jornalista: dou-te os parabéns pelo artigo, mas isto vai ficar um quadradinho.
15. B _ Livraria Buenos Aires
Rua de Buenos Aires, 7 B (Lapa) Lisboa Anos 70. A Livraria do meu pai, Abílio de Miranda com a preciosa colaboração do meu irmão Tomás de Miranda. Foi aqui que começou esta mania. Com a sua inestimável ajuda e constante incentivo. Comprava os livros às prestações e sem quaisquer descontos. O dinheiro fazia falta lá em casa. Assim iniciei a minha viagem.
 Um obrigado muito abraçado.
16. Opinião
Sempre diferente. Passei grandes momentos ouvindo os Senhores Raúl Rego, Álvaro Guerra e Baptista Bastos. O Hipólito mostrava-me sempre aquilo que eu gostava. Livros & Lp`s.
17. Livraria Ferin
Alimentava a minha paixão pelos Índios da América do Norte, comprando às prestações, livros importados.
18.Tabacaria do Rossio
Esperava ansiosamente o final do mês para ter nas mãos a Rock&Folk. Anos e anos a manter esta satisfação.
19.Sapataria Presidente
Fiquei doido com os meus primeiros Lótus. Eram feitos à mão. O senhor João Baptista Fernandes apreciou o meu bom gosto.
20. Livraria Bertrand
Cumprimentava sempre o senhor Luís. Um velho amigo do meu pai. Depois entrava no mundo que aprendi a respeitar. 
21. Livraria Sá da Costa 
Um prazer à mão de semear.
22. Livraria Portugal
Visita obrigatória à minha amiga Isabel.
23. Livraria Lello 
Nunca consegui resistir ao seu perfume.
24. O cretino do BESCL
Rua nova do Almada. Todos os dias a caminho do emprego, este imbecil manhoso e não engraçado, divertia as colegas com as bocas que me mandava.
Nunca mudei de caminho, e um dia cara a cara com o cretino, prometi solenemente que mais tarde ou mais cedo, lhe partiria a tromba. Por mim, até podia ser naquela altura. Continuei a descer aquela rua e nunca respondi ao bom dia com que ele julgava insultar-me.
25. Banco Borges & Irmão
Praça do Município.
Era aí que ia levantar os ordenados dos colegas da minha secção.
Vi um dia o senhor Pedro Homem de Melo a vender livros. Até então só o conhecia da televisão. Não tive vergonha, falámos e comprei um, que as gorjetas acabaram por pagar.
26. O Barbeiro da rua do Arsenal
Às 4ªs Feiras pela manhã ia lá buscar o Senhor António Baptista Fernandes. Água de cheiro e raminho de alecrim na lapela. O barbeiro saudava-me cordialmente e nunca mostrou qualquer desagrado com a minha farta cabeleira. Começávamos pela loja para cumprimentar o pessoal, mas era no escritório que os olhos deste velho senhor, brilhavam de maneira marota quando demoradamente apertava as mãos das minhas colegas.
Depois, sentado no velho cadeirão de couro, acabava por adormecer.
27. Pastelaria Ferrari
Os bolos preferidos das minhas colegas grávidas.
Quando ficava contrariado, acabava de meter o “duchesse” embrulhado debaixo das axilas. Nunca nenhuma se queixou.
28. Pastelaria Central da Baixa
Lembro-me do Bolo-rei. A minha mãe era fã.
  29. Manuel Careca “Limonadas”
Cenas do Pátio das Cantigas ao vivo. E a limonada bebida nos intervalos de uma bola de Berlim, até caía bem.
30. Casa da Sorte
Eram lá que ia buscar as cautelas do senhor Joaquim Nunes Figueiredo. Diziam que era o meu padrinho e isso permitia-me um estatuto especial dentro da empresa. Ofereceu-me vinte contos como prenda de casamento. Uma vez, quando me deu boleia até à casa da minha namorada, disse-me que me ia pôr bem na vida. Passados oito dias, abraçou-me dizendo que não voltaria. Lembro-me de entregas de presentes às suas conhecidas, feitas de um modo discreto.
31. Beat Club
Boa música mas demasiados betos para o meu gosto.
32. Brown`s
Punk em Lisboa.
33. RRV - Rock Rendez Vous
Era amigo do Mário Guia, o dono. Estive na inauguração. Jamais esquecerei aquele concerto do Wilko Johnson.
34. Hot Club
Grandes Músicos para uma música que me apetecia.
35. Quarteto
Saudades do cinema a sério.
36.Cervejaria Trindade
No tempo em que as batatas fritas ainda vinham com bocados de casca. E aquele gajo que só bebia garrafas de litro da cerveja preta Sagres.
37. A tasca do Tony Morgan – Bº. Alto
Sempre que lá estive, senti um carinho especial do Tony.
Ouvia-se fado e entornávamos jarros de tinto acompanhado com caldo verde e chouriço assado.
38. Casa Batalha – R. Nova do Almada
Agradeci sempre a preciosa ajuda da senhora Noémia na selecção das pedras para os 12 colares que usava naquela altura.
39. Rua das Trinas – Estúdio do Jorge Monteiro
 Uma ou duas vezes por semana, ensaiávamos com o António Variações. Janeiro a Junho. Ano 1981.
 Anos mais tarde, um conhecido radialista classificou-nos como a pior banda de garagem que já tinha ouvido. Orgulho.


,2016,04.aNTÓNIODEmIRANDA
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