Pesquisar neste blogue

sábado, 25 de março de 2023

CADA VEZ ME LEMBRO MENOS DE MIM E NÃO ACHO ESTRANHO QUE ISSO ACONTEÇA

 

Nas noites que escrevem luares desamparados, 
tento não me baralhar na narrativa do lodo. 

Abano o desdém com apressadas despedidas, 
agasalho-me nos suaves uivos 
e pinto delírios em harmonias desafinadas. 

Dói a derrota amarrotada desta guitarra baixo, 
sem sol nem dó para lancetar a alegria impossível. 

Oceanos maldosos depositam cadáveres sem direito mesmo a um só e breve instante de dignidade. 

Ecos maldizentes martelam-me o sono. 
Nada de mim acaba por sobrar 
nesta cruel infâmia que cada dia me veste.





,2023Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

Sem comentários:

Enviar um comentário