Nas noites que escrevem luares desamparados,
tento não me baralhar na narrativa do lodo.
Abano o desdém com apressadas despedidas,
agasalho-me nos suaves uivos
e pinto delírios em harmonias desafinadas.
Dói a derrota amarrotada desta guitarra baixo,
sem sol nem dó para lancetar a alegria impossível.
Oceanos maldosos depositam cadáveres sem direito mesmo a um só e breve instante de dignidade.
Ecos maldizentes martelam-me o sono.
Nada de mim acaba por sobrar
nesta cruel infâmia que cada dia me veste.
,2023Mar_aNTÓNIODEmIRANDA
Sem comentários:
Enviar um comentário