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sexta-feira, 24 de março de 2023

DANÇA DE VARÃO

O diabo aparecia sempre sem prévia anunciação, e embora isso estivesse lavrado na escritura, deixava-a sempre com um calor que constantemente a humedecia.

Começava por tirar a camisa de dormir, com aquele sorriso que despia a pele.

Ensaiava uma dança de varão, que tinha visto numa telenovela brasileira, mas o jeito que lhe faltava, em nada animava a indiferença do glutão. É certo que o champanhe, não passava de uma reles imitação, e as varizes que manchavam os collants, eram agora as carícias que lhe restavam. Embaralhava a língua num trunfo que julgava ser pénis, mas o gajo de rabo alçado, só lhe podia oferecer uma causa caída.


2018Mar_aNTÓNIODEmIRANDA

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