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domingo, 30 de junho de 2024

LISBOA PÕE-TE EM GUARDA

 


Lisboa costumava amar-te. Eras a minha princesa com aquele desfilar de cheiros que perfumavam a pele. O que fizeram de ti, agora meu amor chorado…E a beleza do teu rio mareada com cruzeiros que de ti nada respeitam. Lisboa, não sejas estrangeira não foi essa a maneira que de ti me fez gostar.
Lisboa quero-te só para mim beijar-te no abraço sem fim apaixonar-me na tua sardinha na noite de um louco António sem aqueles estrangeiros que nos fados que choras sorriem e batem palmas sem nada saberem da tua dignidade e da dor que és obrigada a carregar. Estás tão mudada e as lágrimas que te pintam o rosto não acolhem qualquer prazer. Querem fazer de ti a puta mais vulgar e pisam-te as veias com máquinas fotográficas para mais tarde não recordar. Lisboa, agora eles gostam da tua tranquilidade e segurança, desprezando os destinos turísticos que emporcalharam, antes de agora seres a única hipótese. E dirigem-se a ti, falando um espanholês estupidamente cretino. Lisboa, não sejas francesa, alemã, inglesa ou hipoteca qualquer.
Eu só quero percorrer-te como o Tejo caminha para o mar. Amo-te Lisboa.
Mas já não sei se ainda vamos a tempo.
Lisboa, minha amiga:
Põe-te em guarda!


,2016,06.aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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