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domingo, 30 de junho de 2024

BILHETE - POSTAL

 


A vida fica-nos tão só quando os raios de sol 
deixam de nos cortejar a memória.
E mente quando promete um torpor sereno ´
embalado pelo suave do mar que nos adormece. 
Rosas de sábios espinhos, 
acendem o caminho com sonhos tristes, 
molhados no sobressalto da maré traiçoeira, 
com convites que nos abandonam. 
E agora que o corvo trincou a lua 
e a cegonha nos traz as últimas notícias, 
há que ironizar com todas as maldades 
que irão acontecer.
Há um desperdício na espuma que barbeia a areia.
É incerta esta procura que nos leva 
a um navegar apetecido no deslizar da onda.
Deixo-me perverter e lavo o pensamento 
só para olhar e gostar.
E encostar o ouvido no vento.
E eu sei,
que nestas noites,
sempre que olho para o céu,
vejo nele desenhado
um bilhete postal.







Melides,2016,07aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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