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quarta-feira, 14 de setembro de 2022

LADAINHA (PORQUE AS LÁGRIMAS NÃO CONSEGUEM FUGIR DAS BOAS MEMÓRIAS)

 
Carrego nos ombros a lembrança dos esquecimentos. 

Não são fáceis as horas que entregam a meia-noite. 

O deserto da solidão deita-se no aconchego das orações que inventamos para desculpar a nulidade dos anos. 

Lençóis de sujo choro não querem saber do sol. 

Realidade fastidiosa.
 
Simulacro ignóbil de bondade.

A burla legalizada deposita nos braços 
a teimosia da desilusão. 

Não há consolo algum para os passos que velarão o pesadelo. 

A felicidade está fora da lei 
chutada em becos medrosos que nunca reclamaram qualquer subsídio para a inclusão. 

Neste fogo ferido, 
fantasmas sujos afirmam no pavilhão dos vendilhões, que perdemos o consolo das putas 
que sempre nos pariram. 

A vida é uma fiel traição, 
um permanente desapontamento 
que não podemos reparar.


,2022Set_aNTÓNIODEmIRANDA
Casa Branca* Praia de Melides

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