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sexta-feira, 20 de maio de 2022

PROBABILIDADE OBSOLETA

 

Há um brilho flácido no céu das estrelas que não conseguem chorar lágrimas do teu nome. 
Mania doida, que tantas vezes anunciava a partida. 
A guitarra escreve gritos que não são mais do que as sombras do teu caminhar. 
Não sei. 
Nada mais me importa. 
Desejo o que desconheço, mas esta angústia que continuamente risca na porta, a mais triste das despedidas, mostra-me um desassossego onde voa o desejo que eras. 
E quando me vê, paira no ar, como a querer indicar o caminho do nosso encontro. 
Mas, sinto que perdi a esperança nesta dança de fantasmas. 
Escondi- me nas palavras defeituosas. Erradamente julguei que era só um jogo, igual às histórias que nos mentiam. 
Nunca admiti, ser a vida, um rebuçado feito de lamentos, mesmo um sorriso pendurado na cruz que mantém a ilusão.
Eu, só pensava que a felicidade era um sonho, nunca uma probabilidade obsoleta. 
Desconhecia que os abraços que mentimos encaminhariam para este desconsolo. 
Apenas imaginámos o sabor de uma pele comum. Somente um beijo sem despedida.



,2022Mai_aNTÓNIODEmIRANDA


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