Elevar o veneno.
Traço para aspirar.
Encher
o balde.
Sujar até atingir o zero.
Entrelaçar genitais burgueses.
Sentado num charro de erva,
com um índio que parece um anjo,
cujo primeiro acto de traição foi o ter nascido.
Estou em guerra com toda a contemplação,
e contento-me em fumar a minha alma
nesta alucinação não odiosa.
Quebrar o estado de sítio estampado numa frigideira
com banha de porco.
Corpos fritos, atados com arame,
no anexo da podridão.
E aterrar sempre fora da pista,
numa capotagem perfeita.
Saquear os fornos do pão sangrento.
Ungir a loucura e santificar todos os beijos
no altar dos enlevos não mentirosos.
Ó cogumelo celestial,
estou louco por chegar até ti,
e sair deste voo de excrementos pisados.
Descalço ao som da bateria do Max Roach,
curvo-me perante toda a ousadia,
e carrego no botão do gancho do umbigo,
uma dose anímica de alegria em conserva.
E procuro na pedreira,
a esmeralda preferida da primeira dor que pretendo esculpir.
Estrondo paralisado no rabo da sombra,
imaginação de veludo pregada com laços.
Abandono a faixa da rodagem correcta,
e distribuo autógrafos escondidos nas sandwiches
da realidade confrangedora.
Princípios rígidos, desdenhosos, atirados à poeira.
Rendição agachada, zombies maltratados com anúncios encharcados na testa, amontoam-se na prateleira dos delírios prontos para o banho da guilhotina.
É chegado o tempo de esmaltar as orações recolhidas,
e voar contra o destino.
,2019_ jan_aNTÓNIODEmIRANDA
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