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terça-feira, 21 de dezembro de 2021

ESTÃO DIFÍCEIS AS BOLEIAS PARA O CÉU

 

Aqui na sala, 
sentado a pintar janelas no mar, 
embrulho-me nas ondas da desordem, 
e escrevo corações sem endereço 
nas veias deste desalmado veleiro. 
Perdido na tempestade das memórias, 
ergo as mãos para um deus desajustado, 
que com toda a sua bondade, 
mente um perdão caligrafado em fotocópias 
vendidas na feira da ladra. 

Que mal fiz eu, 
pergunta o apóstolo infeliz, 
procurando na rotunda dos abraços perdidos, 
um anjo com “GPS” não enganador.

Estão difíceis as boleias para o céu, 
com esta trampa do turismo espacial.

,2021Dezembro_aNTÓNIODEmIRANDA

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