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sábado, 18 de dezembro de 2021

A INFÂMIA DA OUSADIA FINGIDA

 

Este cheiro a mar que nunca se cansa 
de prometer aquilo que lhe menti. 
Um abraço benzido nesta barca, 
mesmo com as notícias da hora que nos despede.
Sonho da ilusão vestido no provador 
dos saldos da ocasião mentirosa.
Povo que de mim desistes, 
nos momentos distantes, 
quando tento digerir a tua solenidade.
Nada de mim resta para ser o teu órfão.
Sangro o destino, 
meu e teu, 
navegado nesta nau, 
com velas que procuram outro mar.
para que as ondas espalhem 
a infâmia da ousadia fingida, 
entrelaçando nas hipóteses, 
palavras que deixamos de respeitar.



2018Ago_aNTÓNIODEmIRANDA


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