Carrego nos suspensórios que a vida me vai estendendo - retratos com marcas de mágoas à la minute - tratadas na sala dos espelhos ardilosos - e projecto assim os cómodos defeitos maldosamente articulados - num photoshop que não sei manobrar - e revogo esta intenção para que alguma beleza aconteça.
De tanta mudança que o tempo nos entrega - como no bom dia do carteiro que sabe de cor os dígitos do nosso destino postal - a canseira de todos os momentos da subida dos tristes degraus- que cumprimenta a azevia que julga ver na nossa cabeça - e respeita um sorriso que nunca vê - vestido com um barrete vermelho - como se fosse o pai natal que logo à noite - moído de inchaços - num choro cansado - abafado por um pijama vestido de lágrimas sempre iguais - soletra as mesmas ruas numa inveja ausente dos códigos postais.
2016,12aNTÓNIODEmIRANDA
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