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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

ESTA NOITE TENHO NO CORAÇÃO O PERFUME DO CONTENTAMENTO

 


                    Quem te fez tão inocente 
alguém indecente naturalmente demente 
repetidamente ausente 
do verdadeiro sentido da plenitude.
            Depois de tanto por aí penar 
ainda te pintam um outro acontecer.
Subir para não sossegar 
descer em vez de escorregar
resfolegar no mais amistoso relincho, celebrar com esguicho malicioso qualquer bem-estar ansioso.
            E quando a noite se cansa da solidão 
e quer fugir do dormir, 
rasga no colchão das tristes lágrimas 
ondas da negra maré ao encontro do cais 
da maldades.
        Uma voz sagrada morre finalmente,
 empunhando as ligas da santificada fornicação, 
enquanto uma gravata agita 
o roído nó das últimas despedidas. 
        E o solo arranhado da Gibson endeusada 
entrega o que de mim 
não ousara ser. 
        Nada, nunca será a cor com que dormirei.
                Esta noite tenho no coração o perfume
do contentamento. 

2025Fev_aNTÓNIODEmIRANDA
poemanaalgibeira.blogspot.com

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